Durou mais de duas horas o encontro da ex-administradora do Hospital São Donato Morgana Zock, da ex-funcionária Adriana da Silva e do diretor clínico Lauro Nogueira com os vereadores de Içara. Reunidos no Plenarinho Adão dos Santos Moreira na noite de terça-feira, dia 25, eles tentaram esclarecer alguns questionamentos sobre o superfaturamento em procedimentos do Sistema Único de Saúde. E, ampliaram ainda mais as dúvidas sobre o assunto.
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As irregularidades que envolvem os atendimentos pagos pelo Governo estão sob os cuidados da Polícia Federal. E, documentos já foram recolhidos para investigação. Ao todo, seis pessoas também chegaram a ser convocadas para falar sobre as denúncias de fraudes. O caso ainda é acompanhado de perto pelo Ministério Público de Içara, onde foi levantada a questão com o intermédio do promotor Henrique da Rosa Ziesemer.
Conforme Lauro, o problema foi constatado quando notou que os atendimentos lançados no sistema não condiziam com o que havia praticado. De imediado, ele tentou tirar satisfação internamente. Mas, não obteve sucesso. Então, ofereceu a denúncia oficialmente. "Quero que seja feito alguma coisa que tenha efeito", explicou. "Se o hospital perder a filantropia, vai ser por não ser honesto", exclamou. E, também completou com a afirmação de que o dinheiro não chegava aos médicos.
Para Morgana, ainda há incógnitas. Isto porque a mudança nos procedimentos não alteraria o valor recebido pelo HSD. Também de acordo com ela, a troca para atendimentos de custos mais elevados causaria um déficit ainda maior na entidade, pois, o repasse aos médicos seria também ampliado. "Eu não tinha conhecimento", destacou sobre os superfaturamentos.
"Em nenhum momento eu fiz algo que a minha chefia não soubesse", declarou a ex-coordenadora do Serviço de Prontuário Médico, Adriana da Silva. Ela foi demitida por ter entregue documentos médicos quando solicitada por Lauro. A ex-funcionária também é testemunha sobre as adulterações. No depoimento dela aos vereadores, explicou que as irregularidades eram cometidas através da troca dos códigos na própria auditoria interna da instituição. Uma senhora de 88 anos chegou a ter o parto declarado sem nunca ter ocorrido.
"A Polícia Federal com certeza vai punir", pontuou o presidente do HSD, Acirton Costa, sobre as pessoas que forem indicadas como responsáveis. "Vou solicitar que investiguem os outros dois anos anteriores a administração de Morgana Zock", finalizou.
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