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Economia

Clima provoca quebra na produção do mel

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Tão logo iniciou a florada do eucalipto, em janeiro, o semear do mel já se apresentava em alguns favos. A precipitação da natureza foi recebida como um prenúncio de boa safra, que, no entanto, acabou arrasado, devido a duas semanas de chuvas constantes. “Eu estava otimista que seria uma safra boa, como foi nesta mesma época no ano passado”, conta o apicultor içarense, Onério Consoni. Segundo ele, as perdas permeiam entre 60% e 70% da produção. “São poucos os favos que estão completos. A maioria não tem quase nada”, menciona.

Neste período da safra, Consoni já teria extraído mel pelo menos uma vez, repetindo a ação em outras duas ocasiões. Devido às circunstâncias, ele acumulará o néctar até o fim do mês para ser retirado em uma única vez. “Por colméia, o ideal é extrair uns 30 quilos. Nestas condições, acredito que vou conseguir tirar de seis a sete quilos. O agravante é que a chuva aconteceu bem na época de floração”, lamenta.

O cenário de perdas se estende a outros apicultores locais. Nos meses de março e abril, a expectativa era retirar aproximadamente 600 toneladas de mel, entre as quase 20 mil colmeias do município, de acordo com o proprietário da Minamel e integrante da Federação e Associação de Apicultores de Santa Catarina (Faasc), Agenor Castagna. “É difícil saber quanto vai dar agora. A perda total é de aproximadamente 70%”, relata.

Ao todo, Consoni possui 540 colmeias alojadas entre os bairros Marili e Vila Nova. “Já tive mais de mil colmeias, mas perdi em razão de doença das abelhas”, coloca. Entre as atuais, predomina uma técnica diferenciada, que exige maior controle de produção. “Aproximadamente 90% das colmeias são orgânicas”, destaca. A produção se caracteriza também por estar distante de fontes de interferência, como indústrias e rodovias.

Para Agenor Castagna, as instabilidades climáticas figuram como o principal entrave do segmento, que conforme ele, permanece fortalecido. “A situação geral não está ruim. O preço médio do mel é bom. Tivemos há alguns anos, problemas com mortandade de abelhas, mas o contexto hoje é bastante positivo”, avalia. Ele pontua que as expectativas, agora, se direcionam à safra do mel silvestre, que ocorre durante o inverno no Planalto Serrano. “Esperamos recuperar o prejuízo”, frisa o empresário.