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Cotidiano

Expansão urbana gera atrito com o campo

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O bairro Jaqueline é dividido em área rural e urbana. Enquanto numa rua é possível ver uma empresa, na outra se avista uma enorme plantação de fumo. O problema é que os que moram do outro lado, nem sempre aceitam bem o trabalho dos agricultores que utilizam esterco em suas plantações. Prova disso são as inúmeras denúncias recebidas pela Vigilância Sanitária. De acordo com o coordenador do departamento, Clair da Silva, o que muitos não entendem é que quando se trata de uma área rural, não existe poder de fiscalização.

“A legislação não nos permite fiscalizar. Quem mora na área rural, paga Imposto Territorial Rural para a federação. Quem mora na área urbana, paga IPTU, que é para o Município. Então nós temos gerência só sob aquilo que faz parte do Município. E o que está em área rural, já não é mais de nossa responsabilidade. Até porque, é praxe da área rural criar galinha, porco, boi, cavalo. E isso não pode e nem tem como ser proibido”, pontua.

“Tem vezes que não dá nem para estender roupa porque ela fica cheirando esterco. E acho que não podia ser assim porque é muito ruim, não dá nem para abrir a casa. Eles deviam encontrar algum meio de manter a sua plantação, mas que não exalasse tanto fedor”, ressalta a moradora Andréia Zilli. “Isso é fácil de resolver, basta tirar os legumes, verduras e frutas dos supermercados”, contrapõe o agricultor Marcos Paulo.

“Hoje as pessoas querem muito comer produtos orgânicos, prezam por isso, mas reclamam na hora que sentem o cheiro do esterco. É natural, não tem o que ser feito. Quando usado adubo, que é comprado pronto, ele é cheio de agrotóxico e, consequentemente, não têm cheiro. Mas também possui diversos malefícios que esses que reclamam, desconhecem”, acrescenta o agricultor. Segundo ele, a aplicação do esterco geralmente começa em maio e vai até junho. “Acho que existem coisas muito piores, como por exemplo, esse esgoto que corre a céu aberto aqui no nosso bairro, com um cheiro horrível, cheio de espuma e que oferece um risco à saúde da população”, elenca.

O coordenador da Vigilância Sanitária relata que as queixas são comuns de todas as regiões do município. “A mentalidade das pessoas continua sendo muito provinciana. Era uma cidade iminentemente agrícola, então tinha o Centro da cidade e o resto era só agricultura. Hoje, alguém tem uma gleba de terra e, de repente, um herdeiro vai lotear, mas os outros irmãos não querem. Então ele legaliza este terreno como área urbana. Vai pagar IPTU e todas as taxas necessárias. Mas, limítrofe a ele, continua uma área rural”, complementa Clair da Silva. “Plano Diretor é a única solução, por que será ele que irá definir o que realmente é urbano e o que é rural”, complementa.