A principal proposta para a mobilidade urbana de Içara está no cruzamento da Rodovia Deputado Paulino Búrigo (SC-445) com a linha férrea em um terminal de passageiros que atenda ao transporte com ônibus e trens. O modelo prévio foi construído por acadêmicos e professores da Unesc. A compilação de todos os trabalhos produzidos na universidade esteve em exposição para a Associação Empresarial de Içara nesta segunda-feira, dia 28.
"A SC-445 é uma via muito intensa. Se conseguíssemos interligar o sistema de transporte público com Criciúma evitaríamos colapsos", coloca o arquiteto Tales Rocha Silvestre. O içarense desenvolveu uma das propostas no Trabalho de Conclusão de Curso em que a rodovia estadual já duplicada é o tronco da cidade. O complemento das paradas de ônibus ficaria na Avenida Procópio Lima. Já na ligação com a BR-101 ficaria a rodoviária.
O sistema foi projetado com anéis para que ninguém ande mais do que 250m até encontrar o transporte público. Além disso, o projeto prevê que pelo menos quatro rios deem forma a parques municipais e enaltece a necessidade de ciclovias. A ideia de implantar a locomoção alternativa resultou já no projeto de Circuito Verde. A intervenção urbana ocorreu neste mês com a pintura do asfalto. “Fizemos isto para mostrar que é possível trocar o carro pela bicicleta”, sublinha Tales.
O estudo coletivo começou com uma análise macro sobre a conurbação de Içara e Criciúma. A partir disso, foi ampliada a observação sobre a ocupação da cidade. Neste aspecto, foi verificada a consideração pelo Poder Público do território apenas no mapa, ou seja, como se Içara fosse plana. "É como se colocasse a equipe do Planejamento num avião e as decisões fossem tomadas lá em cima", alerta o coordenador de Arquitetura e Urbanismo da Unesc, Miguel Angel Pousadela.
Segundo Miguel, o Planejamento deve levar em conta a proteção dos cursos de água. Estes espaços podem ser aproveitados como áreas verdes e também servem para a própria mobilidade. "Em 2007 fizemos esta oficina em Urussanga e em 2009 no Balneário Rincão. O tema central é sempre a problemática local. Geralmente trabalhamos no ateliê com o envolvimento de todo o curso", coloca. "Tivemos vários grupos. Cada um apresentou uma proposta que foi avaliada pelos professores. Selecionamos algumas ideias para apresentar", esclarece.
“São propostas acadêmicas que nos servem para fornecer ideias. Temos que ver o que podemos transformar em projetos reais para implantar na cidade. Vamos fazer isto com discussão”, enaltece o prefeito Murialdo Canto Gastaldon. “A ocupação tem que ser com planejamento. Estamos preocupados. Por isso também precisamos estudar o nosso Plano Diretor. Acreditamos que o Município tenha essa consciência também para conciliar o interesse privado e o público”, pontua o presidente da Acii, Joi Luiz Daniel.
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