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Quando o hábito torna-se dependência

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Substâncias cancerígenas com arsênico, amônia, monóxido de carbono (o mesmo que sai do escapamento dos veículos), além de corantes e agrotóxicos em altas concentrações. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), essas são algumas das mais de 4.700 substâncias tóxicas encontradas na fumaça do cigarro, que causam danos não só à saúde dos fumantes, mas também ao meio ambiente e àqueles que inalam passivamente esses compostos. No último dia 29, quarta-feira, foi o Dia Nacional do Combate ao Tabagismo.

Para lembrar a data a Secretaria Municipal de Saúde de Içara em parceria com a Coordenação Municipal de Controle do Tabagismo e as equipes de Saúde da Família realizaram atividades de prevenção e conscientização sobre o uso do cigarro. “O município de Içara vem trabalhando desde 2009 por essa causa, realizando atividades de prevenção e promoção da saúde dos içarenses, além de realizar grupos de tabagismo auxiliando os fumantes que desejam parar de fumar, através do nosso programa municipal de controle do tabagismo”, explicou o secretário de Saúde, Fernando Mazzuchetti.

De acordo com a coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo, enfermeira Camila Martins, empresas e escolas participaram de palestras e de atividades de orientação sobre o tema, a exemplo dos funcionários da empresa Librelatto e da escola Dimer Pizzetti, que recebeu a visita da equipe da ESF do bairro Liri. Até o mês de maio deste ano já foram organizados 12 grupos, onde dos 146 fumantes que participaram 73 deixaram de fumar.

“Hoje esse número aumentou. Estamos com dois grupos em andamento nas unidades dos bairros Liri e Cristo Rei e o nosso compromisso é aumentar cada vez mais a oferta possibilitando aos que desejam parar de fumar o sucesso do tratamento”, salientou a enfermeira Camila. "Há cerca de 6 meses parei de fumar, e por isso estou sempre me cuidando. Eu não fumava muito, mas aquele pouquinho fazia mal. Já estava na hora de parar, então aproveitei e parei", disse a aposentada Ilka Pinheiro.

Para a doméstica Lúcia Ramos, de 50 anos, a manutenção da saúde foi o que a fez largar o vício do cigarro, há cerca de dois anos. "Eu tenho asma, e mesmo assim insistia em fumar. Ficava me revezando entre o cigarro e a bombinha. Foi difícil parar, mas eu precisava. Agora, vejo que melhorei 100%, em diferentes aspectos. Hoje, já consigo sentir o cheiro da gente, principalmente na roupa. E tudo me faz nem pensar em voltar a fumar", disse Lúcia.

Segundo estudo internacional, realizado pela revista médica The Lancet, o Brasil é um dos países que tem o maior número de pessoas que deixaram de fumar. O País também tem a menor taxa de homens fumantes em relação ao total da população, comparado com os outros países analisados. Segundo o levantamento, feito entre outubro de 2008 e março de 2010, 46,4% dos homens brasileiros e 47,7% das brasileiras que disseram que já fumaram diariamente no passado tinham abandonado a dependência.

O número é o terceiro mais alto da pesquisa, atrás apenas do Reino Unido (com 57,1% para os homens e 51,4% para as mulheres) e dos Estados Unidos (48,7% e 50,5%, respectivamente). A pesquisa avaliou o hábito de fumar nos Estados Unidos, no Reino Unido e em 14 países de “baixa ou média renda”: Brasil, Bangladesh, China, Egito, Índia, México, Filipinas, Polônia, Rússia, Tailândia, Turquia, Ucrânia, Uruguai e Vietnã.

O levantamento mostra ainda que em todos os países estudados o fumo é um hábito mais comum entre homens do que entre mulheres, mas que o uso do tabaco por elas está aumentando e começando cada vez mais cedo. De todos os países estudados, o Brasil tem a menor porcentagem de homens fumantes: 21,6%. Em segundo lugar vem o Reino Unido, com 22,8% e os Estados Unidos, com 24%.

Entre as mulheres, o país está em décimo: 13,1% das mulheres brasileiras fumam – 11,5% diariamente. O país com menor quantidade de mulheres fumantes é o Egito, com 0,5%, seguido pelo Vietnã, com 1,4%. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde sobre o fumo na população brasileira trazem um panorama mais positivo. Segundo a última pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgada em abril de 2012, 18,1% dos homens brasileiros e 12% das mulheres admitem ser fumantes.