Há mais de cinco anos, Adair Budny e sua esposa, Joicy, resolveram mudar a sua forma de trabalho na agricultura. Moradores da comunidade de Santa Cruz, zona rural de Içara, desde então eles realizam produção de tomates. Mas não se trata do tipo comum, que encontramos em diversas propriedades. É uma espécie diferenciada: a grape ou simplesmente tomate uva, caracterizada por ser menor e mais adocicada.
“Muitas vezes perdia-se a produção e muitos dias de trabalho por causa de chuva. Agora não, agora a gente sabe que de segunda a sexta-feira estamos trabalhando, ninguém perde dia, porque a produção é feita em estufa”, explica o produtor. Um pé de tomate grape é utilizado por um ano. E, de acordo com ele, uma safra boa rende em torno de nove quilos por planta.
Hoje o agricultor realiza o comércio de seu produto para toda a região, inclusive chegando a mercados de Florianópolis. “Até então, a região mais próxima que eu conheço que produzia era no Paraná, por aqui realmente não tinha. O que tem por aqui é o tomate tipo cereja, mas que tem bastante diferença quanto ao tipo uva”, compara.
Budny possui quatro estufas para a produção desses tomates, mas conta que, assim como qualquer negócio, os primeiros meses não foram fáceis. “Nos dois primeiros anos perdi quase tudo. Não tinha o jeito para plantar. Fui aprendendo como deveria fazer com o tempo, fazendo testes, até chegar do jeito que está hoje. Mesmo melhorando bastante, acredito que ainda possa melhorar mais para chegar ao que realmente é o ideal”, relata.
“O tomate tradicional é muito ácido. Então, tinha que evitar ingerir. E como esse tomatinho não gera essa acidez, comecei a plantar para mim, pouca quantidade, apenas para consumo próprio. Aos poucos fui ampliado, até que percebi que era uma grande possibilidade de negócio. E assim começamos”, comenta. “As pessoas que têm úlcera, por exemplo, podem comer esse tipo de tomate que não tem problema algum”, garante.
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