Um dos maiores problemas enfrentados nas cidades é a falta de mobilidade urbana. Neste caso, uma solução apontada é voltar ao transporte sobre os trilhos. As prefeituras de Criciúma e Içara já estudam alternativas para conduzir os estudantes entre as duas cidades pela Ferrovia Tereza Cristina (FTC). “A viabilização depende da autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”, explica o gerente comercial da FTC, Carlos Augusto Menezes.
Para a implantação da alternativa, a empresa trabalha na elaboração de uma análise de custo operacional e no estudo dos horários. “Além disso, há necessidade de melhorar a infraestrutura: instalar abrigos, alongar a plataforma existente em Içara e construir outra em Criciúma, de modo que estejam adequadas ao embarque e desembarque dos passageiros”, aponta. Após o período experimental, a linha pode ser efetiva, por meio de concessão. A estimativa é que o trajeto seja de quase 15 minutos.
De acordo com o gerente comercial da Ferrovia Tereza Cristina, existe também a possibilidade de se pensar em linhas urbanas para passageiros em Criciúma e do município para outras cidades da região atendidas pela concessionária. “Se o negócio ganhar amplitude, no futuro, servirá de base para o desenvolvimento do transporte de passageiros sobre os trilhos do Sul do Estado, alinhando as alternativas que ofereçam mobilidade urbana de qualidade. É um projeto que também depende de estudos e da autorização da ANTT. Será preciso elaborar o projeto com a infraestrutura necessária, para que a agência autorize”, detalha.
“É preciso resgatar o valor do modal ferroviário. A Ferrovia se afastou da sociedade aqui no Sul por não participar no transporte de passageiros. As pessoas não têm o sentimento da utilidade do trem: alívio do tráfego rodoviário, questões ambientais, redução de acidente, entre outros. Com o transporte de passageiros, o beneficio é direto, a interação é direta. Da mesma forma que aumenta a responsabilidade de prestar um bom serviço, em contrapartida amplia o relacionamento com a sociedade”, entende.
FERROVIA LITORÂNEA - O Governo do Estado também tem planos para a ampliação da malha ferroviária em Santa Catarina. Entre as alternativas com maior viabilidade está a Ferrovia Litorânea entre o porto de Imbituba a Araquari, no Norte do Estado, numa extensão de 236km. “Representará a integração com a malha ferroviária nacional”, detalha o deputado federal Ronaldo Benedet (PMDB). A expectativa agora é pela abertura da licitação ainda em 2014. “Trará em torno de US$ 4 bilhões em investimentos”, calcula. Na última semana, houve a divulgação por parte do Governo do Estado que a entrega de todos os projetos está prevista para meados de junho.
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