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Erik Borges: a irresponsável retomada do Campeonato Catarinense

Futebol é esporte de contato. E o que mais precisamos no momento é de distanciamento social

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Como já noticiado por este portal, "a Secretaria de Estado da Saúde autorizou o retorno das competições de futebol profissional. Com a decisão, a Federação Catarinense de Futebol pode marcar os jogos de volta, válidos pelas quartas de final da competição". Pois bem: estamos no olho do furacão. Estamos numa crescente nunca antes vista no número de pessoas infectadas e de óbitos por Covid-19 em Santa Catarina. Números alarmantes que resultam em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) lotados, etc.

Estamos passando pela pior crise de Saúde pública da história de Santa Catarina e os representantes da Federação Catarinense de Futebol (FCF), juntamente com alguns dirigentes, retomam o Campeonato Catarinense. Irresponsabilidade generalizada. Irresponsabilidade do secretário de Saúde do Estado; Irresponsabilidade do governador e irresponsabilidade da Federal Catarinense de Futebol.

Um jogo de futebol profissional, mesmo sem torcida presente, envolve uma série de profissionais. Desde comissão técnica, equipe de arbitragem, gandulas, equipes de televisão, rádio, fotógrafos, etc. As delegações chegam em ônibus, com 30 pessoas aglomeradas dentro de um ônibus fechado com ar condicionado. Ninguém me contou, eu vi. Eu vi o ônibus do Marcílio Dias chegando a Criciúma no jogo de ida das quartas de final. Janelas fechadas, dezenas de pessoas dentro de um mesmo ônibus.

No jogo? Contato físico entre jogadores de duas equipes. Futebol é esporte de contato. O risco de proliferação existe. E atualmente o mais importante é dar exemplo. O transporte coletivo (intermunicipal e municipal) está suspenso justamente para evitar a proliferação do vírus. Pessoas estão sem ônibus para se deslocarem aos seus respectivos locais de trabalho. Mas, ao mesmo tempo que proíbe ônibus, o governador libera que os jogadores viagem quilômetros dentro de um ônibus fechado, com ar condicionado, com todos respirando o mesmo ar.

Os jogadores e todos os demais profissionais envolvidos na realização de uma partida de futebol profissional estão correndo riscos de contaminação com o vírus. E a vida humana deve ser levada a sério. A prioridade atualmente é manter o distanciamento social. A prioridade é evitar ao máximo as atividades que não sejam expressamente necessárias e essenciais.

Campeonato Catarinense não é atividade essencial. Errou o governador ao liberar o retorno do campeonato no Estado, justamente no momento em que Santa Catarina começa a entrar em colapso na Saúde, com falta de leitos de UTI. Futebol é esporte de contato. E o que mais se precisa no momento é de distanciamento social.