logo logo

Curta essa cidade!

HUB #IÇARA

Venha fazer também a diferença!

Comunicação + Conteúdo + Conexões

Acessar
Cotidiano

“A sociedade se manifesta muito pouco”

Compartilhar:

Casado com Márcia Regina Boeira e pai de Carlos Henrique e Anselmo Silvio, respectivamente, com oito e um ano. Este é Charles Cargnin. Nome conhecido nos lares de Içara por ter a voz transmitida pelas ondas do rádio, ele já cursou Jornalismo e Direito. Em ambos, não chegou a concluir. Mas, mescla os conhecimentos que teve no Ensino Superior com as atividades de comunicador que desenvolve desde 1993. Aos 33 anos, já residiu em Criciúma, Porto Alegre e Caxias do Sul. Atualmente está em Içara, onde atua na Rádio Difusora e escreve sobre Política para o Jornal A Tribuna.

Entre 1993 e 1999, Charles foi radioescuta, sonoplasta e repórter esportivo da Difusora de Içara. De 1996 a 1998, acumulou também a função de repórter esportivo da Tribuna Criciumense. Já em 1999 e 2000, foi para a Rádio Eldorado atuar na editoria de Esportes e Geral. Nestes mesmos dois anos que esteve na emissora criciumense, escreveu sobre Esportes para o Jornal do Dia.

No Rio Grande do Sul, focou a carreira no rádio. Esteve na Guaíba, em Porto Alegre, de 2000 a 2001. Neste último ano, foi então para a Rádio São Francisco de Caxias do Sul. Em Ambas continuou a marcar presença no meio esportivo. Após a temporada na mídia gaúcha, retornou então para Içara. Desde 2003 está na Rádio Difusora. Neste período foi ainda colunista político do Jornal Gazeta, Agora e A Cidade, sendo todos eles da cidade.

Mas a função de âncora de programas jornalísticos não é o único cargo que possui. Ele é também empresário. “Não almejo nenhuma outra atividade, senão continuar atuando no ramo da confecção, atividade esta que desenvolvo em conjunto com minha esposa. Ainda assim, a Rádio Difusora é meu foco”, destaca ele.

Entrevistado pelo Canal Içara em Reportagem Assistida por Computador (RAC), Charles fala de jornalismo, tecnologia e política. Ele reconhece ser um formador de opinião. E por isso, diz que também tem conhecimento da responsabilidade que carrega. Trata-se de um apaixonado pelo rádio. Confira:


Você trabalha numa mídia extremamente popular. Por isso, chega à casa de diversas famílias da região. Logo isto acarreta uma projeção natural. Como você lida com essa participação direta no cotidiano da população?
Com muita responsabilidade. A cada dia estamos mais presentes na vida das pessoas. Isso também nos transmite uma responsabilidade muito grande. Formar a opinião das pessoas é desafiador e é algo que precisa ser levado muito a sério, afinal um veículo de comunicação com a potência da Rádio Difusora pode construir, mas também destruir alguém com poucas palavras. Nosso cuidado com a justiça e o equilíbrio das informações se assemelha ao de um médico de UTI.

E na rua, qual é o tratamento que as pessoas lhe dão?
A resposta é muito positiva. No começo, as pessoas eram um pouco desconfiadas, pois, eu não era visto como alguém da política em função da minha origem no jornalismo esportivo. Mas, acredito que conseguimos ir mostrando aos poucos que também poderíamos contribuir para uma cidade melhor com a arma que temos: o rádio. Jamais vamos desistir disso. E as pessoas perceberam nosso intuito.

As novidades tecnológicas possibilitam o contato do ouvinte com o radialista de uma forma cada vez mais rápida. O público atual sabe utilizar estas facilidades?
Poderia utilizar mais. Temos algumas ferramentas deveras importantes como MSN, Twitter que acabam ganhando importância maior que o próprio telefone, mas não são conhecidas por todo o público. Para o leitor ter uma ideia, tenho durante a apresentação dos programas o monitor do computador a minha frente interagindo diretamente com o ouvinte. Ali são reclamações, sugestões, pedidos, elogios, entre outros.

Também devido às novidades tecnológicas, há um debate prolongado com relação à sobrevivência do rádio. Há inclusive discussões sobre a inserção de imagem ao vivo no aparelho receptor para reciclar o meio sobre ondas digitais. Como você avalia o futuro desta mídia?
O rádio não vai acabar nunca. É o veículo mais rápido e mais emocionante. Nada vai tirar isso dele. Ele foi considerado ameaçado, por exemplo, quando surgiu a TV e venceu. Fora, a sua celeridade, ele consegue aprofundar os fatos melhor que os demais canais. Sem levar em consideração, a sua abrangência e a característica regional que tem. Sobre ter imagem no rádio, acho desnecessário. Vai deixar de ser rádio. Não gosto da ideia.

Em Içara já atuaste em diferentes veículos de comunicação. E neles, o tema central foi na maioria das vezes política. Com base em toda esta experiência, como avalia o interesse da população? Os içarenses estão mais interessados no assunto, ou não?
Na verdade, comecei no jornalismo esportivo, há 18 anos. Na política, estou atuando há oito anos. Em Içara, as pessoas, diante dos últimos acontecimentos polêmicos, começaram a despertar seu interesse sim, mas ainda falta muito. A sociedade se manifesta muito pouco por aqui. Isso gera a sensação de impunidade. O que percebo de forma clara é que diante dos últimos fatos, o cidadão içarense estará mais sensível na próxima eleição. Vai votar menos pelo dinheiro e mais pela moral do candidato.

É possível dizer que Política trata de ações pelo bem coletivo, já a Politicagem defende interesses pessoais? Entre Política e Politicagem, então, existe o domínio de um desses conceitos na sociedade?
Está havendo uma inversão, mas a politicagem, como vocês definem na pergunta, ainda prevalece. Há um jogo de interesse de grupos e pessoas muito grande na cidade, o que não é uma exclusividade de Içara. Mas isso tem que mudar. Deve estar acima o interesse coletivo. Mas são práticas antigas tipo daquelas que foram absorvidas como normais, mesmo não sendo. Como se muda isso? Com cabeças novas.

Por opinar sobre os assuntos que pautam a sociedade, se abre a possibilidade de criticas e elogios do público receptor. No seu caso, isto gera algum tipo de pressão?
Do público em geral, recebemos críticas e elogios. Faz parte. Estamos aqui dando a cara para bater. Fica inevitável em um noticiário de grande repercussão como os que apresento aqui na Rádio Difusora manifestar meus pontos de vista sobre os fatos, afinal isso já vai implícito nas perguntas. As posições divergentes são sempre bem vindas, entretanto, geralmente as pessoas concordam com o que pensamos. Da classe política não recebo pressão alguma. Já estamos aqui há um tempo suficiente para conhecerem nosso perfil. Sabem que não adiantaria.

Qual o momento mais marcante de sua trajetória profissional?
O atual. A resposta é muito grande em toda a região e, principalmente, em Içara. Sou muito grato à emissora por isso. Eles, a Carol e o Rafael, depositaram uma confiança muito grande. Eu fui uma aposta desafiadora deles e eles nunca desistiram, embora tivessem no início recebido inúmeras críticas por isso. O momento é muito bom, mas ainda precisamos crescer mais.

Na vida pública, o que espera Charles Cargnin para o futuro?
Continuar no rádio. É transmitida a mim uma responsabilidade muito grande de trabalhar na moderação e fiscalização dos homens e repartições públicos. Eu reconheço essa responsabilidade e espero continuar poder exercendo essa atividade por muitos anos. Percebo, pela força do rádio, não por mim, que posso construir, mudar, corrigir ou reafirmar o que está dando certo, atuando na comunicação. Muitas vezes, mais que um homem público.