E já estamos no quinto dia caminhando, levantamos empolgadas e enfim colocamos roupas cheirosas novamente, graças a Sueli, que as lavou na máquina da sua casa, querida. Sim, não é possível lavar roupas todos os dias durante um caminho assim, leva-se poucas peças para não pesar na mochila, lava-se apenas peças intimas todos os dias e o restante vamos alternando o uso, até a oportunidade de lavar e colocar secar durante a noite, com sorte de tempo seco, as roupas secarão. Após o café farto, Sueli, nos levou de carro nos primeiros quilômetros, até onde recomeça a marcação de flechas do caminho além da vida urbana, muita subida ainda nos aguarda, mas também muita beleza natural, está ficando cada vez melhor.
Eu e Larissa nos adaptamos muito bem uma a outra, as bolhas estão melhores, e estamos num estágio da caminhada, onde nos damos conta que passou da metade do caminho e logo acabará, então entramos num espaço de querer aproveitar tudo o que nos vem, um outro nível de consciência, abertas a receber e perceber ainda mais as mágicas do caminho. Fica mais fácil perceber nossa capacidade criativa e co-criadora de tudo o que há fora de nós, porque nossa frequência está muito mais ajustada com a frequência do amor, sem querer ser piegas, mas não há como relatar sem estar relacionando com nosso caminho de autoconhecimento, e com o que vivo diariamente na minha vida e nos atendimentos, e as experiências passadas que estou aprendendo a acolher.
Nunca é tarde para olhar com outros olhos e agradecer cada momento, cada passo, cada escolha e saber que estou aqui hoje por tudo o que aconteceu antes. Isso é viver! Acreditar cada dia no seu potencial e buscar formas de te superar e recuperar a fé em você mesma! A cada passo, nossos pés nos lembravam dos dias anteriores, mas este percurso estava lindo demais, cheio de rios e quedas, e pontes, neste dia não resisti e tomei banho no rio gelado, lavando a alma e refrigerando a mente que mente, porque não há tempo a perder, a vida é hoje, é agora! Nossa caminhada, sempre com leveza, quando uma acelera, a outra chama de volta para o momento, pois o piloto automático teima em aparecer e é necessário estarmos atentas para aproveitar o caminho, tão perfumado e doce.
Algumas vezes parávamos para meditar e lanchar a beira do caminho, e estes são momentos preciosos que levaremos para sempre no coração. Poucos carros passavam por nós, ônibus quase não encontrávamos, estávamos bem cansadas, caminhantes também eram poucos, sabíamos apenas de um grupo de 8 pessoas, que vieram de Mato Grosso do Sul para fazer o Circuito, os encontramos uma vez, eles estavam com carro de apoio para mochilas, o que lhes permitia andarem mais rápido. Quando estávamos há uns 8 km de Doutor Pedrinho, passou uma pequena camionete com um cão atrás. Mas ela estava indo para o lado contrário, em pouco tempo ela já estava voltando, pedimos carona, e subimos atrás, junto com a cachorrinha que havia sido levada para um passeio.
Foi muito divertido, rimos muito, imaginando um safari na África. Ficamos há 3 km da pousada da Dona Hilda, o que já foi muito bom e curativo. A cidade ainda mais pequenina que Benedito Novo é muito acolhedora, uma cidade com muito ecoturismo, cachoeiras, trilhas, cânions, lugares propícios aos esportes radicais, como o cânion do Ferrioto e do Caixão. Vale a pena uma parada de um dia por lá, para conhecer as cachoeiras, fica a dica! E depois de jantarmos, é hora de dormir e sonhar com os caminhos da África desta vez!
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