Já é tradicional nesta época do ano haver baixa na produção de pastagem devido as temperaturas mais baixas. O atraso no frio rigoroso atinge positivamente a criação de gado, tanto de leite quanto de corte. “A preocupação mesmo é com a geada, porque se der uma, ela já queima boa parte da pastagem. Já é natural crescer menos, e se der geada, daí de vez que acaba com a produção. Mas este ano está sendo bom, porque não dá geada. Embora tenhamos que utilizar também ração, mas a pastagem segue dando”, comemora um criador de gado de Içara, Edson Ferreira.
Ele lembra que no ano passado houve muitos prejuízos. “Foi bem ruim. Primeiro porque no início do inverno deu geada, o que já fez secar toda a pastagem. E depois, no decorrer do inverno, houve uma seca muito grande, o que acabou de vez com a pastagem”, salienta.
Edson também afirma que o maior problema este ano é o nível de água, que está abaixo do necessário. “Como está chovendo pouco, o solo fica seco e dificulta o crescimento da pastagem. Mas quanto à geada, realmente é algo que não tem prejudicado este ano e esperamos que siga assim”, declara.
“Este é um período que nós consideramos como de frio útil. O que acontece: há frio para que o comércio possa vender, mas ao mesmo tempo, acontece um frio amigável para todas as áreas rurais. Na agricultura, o frio não mata o que é produzido. Na pecuária, os produtores não precisam usar tanta silagem, já que não há geada que mata a pastagem. E na pesca, é um frio que ajuda a trazer a tainha para a costa, então é bom para todo mundo”, enumera. Os próprios dados da Epagri/Ciram confirmam que a temperatura média este ano têm sido mais alta. A média para Içara é de 14,6°C para o período atual, no entanto, em 2018 está em 15,9°C.
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