Em menos de 100 dias Içara já ultrapassou o número de suicídios de 2015 (2), 2014 (4) e igualou ao de 2013 (5). Isto significa um caso a cada 19,2 dias. Pela média, até maio o município vai atingir a marca histórica de sete óbitos de 2012 e 2011. Trata-se atualmente da segunda cidade com maior índice - proporcionalmente aos 53,1 mil habitantes - na Região Carbonífera. Perde apenas para Morro da Fumaça com dois casos entre 17,2 mil habitantes.
“O suicídio sempre foi elevado. Mas geralmente não é conhecido, pois o registro algumas vezes é feito, por exemplo, como parada cardiorrespiratória. Não se fala muito sobre o assunto devido ao medo de que influencie outras pessoas em crise. Entre os jovens, a principal motivação é a falta de estrutura familiar ou o bullying. No caso dos adultos, os registros aumentam em tempos de crise”, indica o coordenador de Saúde Mental de Içara, Sérgio Leonardo Gobbi.
“O primeiro caminho é buscar ajuda na unidade de saúde mais próxima. Temos também um ambulatório de saúde mental infantil e adulto com mais de 4 mil pacientes cadastrados. Desse total, quase 3 mil estão ativos”, completa. “As escolas com interesse em discutir este assunto também devem nos procurar. Basta ligar para o Programa de Saúde para a Escola da Secretaria Municipal de Saúde: 3461-3700”, indica.
Na Região Carbonífera foram registrados 16 casos somente neste ano. Isso representa 35% do total de 2015 com 45 ocorrências. O maior índice foi em 2011 com 50 casos. “Tivemos até 2,5 suicídios por semana no último ano. Por isso lançamos uma campanha de prevenção. Conseguimos ficar 41 dias sem registros entre maio e junho. Mas não houve sequência”, coloca o perito do Instituto Médico Legal de Criciúma, Almir Fernandes.
Devido aos números apresentados até agora, a intenção é que a campanha seja retomada em âmbito regional. A reorganização será colocada às entidades interessadas em fazer parte nesta quinta-feira, dia 7. O encontro acontecerá a partir das 14h na Associação Empresarial de Criciúma. “É muito importante o engajamento de todos. Este deve ser um trabalho contínuo e de união entre diferentes órgãos”, pontua Almir.
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