Os cortes no orçamento da União e os parcos repasses do Governo do Estado à saúde atingiram a possibilidade da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Donato ser ativada neste ano. É que sem dinheiro, as obras de adequação do espaço seguem em ritmo lento. A parte do salão está praticamente concluída e deve ser entregue até dezembro, mas faltam as obras acessórias, cuja finalização está prevista apenas para 2018.
“O Estado passa por uma série de dificuldades e este ano é difícil ter recurso extra para a UTI. Talvez, a partir de janeiro, o vice-governador (Eduardo Moreira) assuma o Governo do Estado e isso facilite as coisas”, projeta o administrador da fundação filantrópica, Júlio César De Luca. Somente após a liberação da estrutura física e a devida habilitação será possível adquirir os equipamentos. A estimativa é que sejam necessários R$ 2 milhões para equipar os dez leitos.
Entre as ações para angariar recursos, está a campanha Doe para Salvar Vidas, que prevê a doação através das faturas de energia. A mobilização já percorreu os bairros Liri, Raichaski, Cristo Rei, Nossa Senhora de Fátima e nesta semana também foi concluída no Jardim Elizabete. Desde essa quinta-feira, o público-alvo agora serão os moradores do Primeiro de Maio. A adesão ocorre por meio da autorização da doação na fatura de energia.
Região tem déficit de leitos em UTI
As vagas de UTI são uma necessidade em Santa Catarina. No Sul do estado, entre Imbituba e Passo de Torres, há apenas 48 leitos habilitados através do Sistema Único de Saúde. Dentre eles, 20 estão no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão; 18 no São José, em Criciúma; e dez no Regional de Araranguá.
O índice fica bem abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de um a três leitos de UTI para cada 10 mil habitantes. Somadas apenas as três maiores cidades da região - Criciúma, Tubarão e Araranguá - a população chega a 382.936, segundo a estimativa 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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