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Economia

Andreia Limas: O que será feito para conter a inflação?

No ano, o indicador acumula alta de 4,29% e, nos últimos 12 meses, de 12,13%

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Já comentei neste espaço os danos que a inflação descontrolada causa sobre a economia, corroendo o poder de compra dos consumidores, aumentando os custos de produção e desestimulando os investimentos, por exemplo. Por isso a preocupação com o indicador, que segue em tendência de alta.

De acordo com os números divulgados na manhã desta quarta-feira, dia 11, pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 1,06% em abril. É menor que o 1,62% alcançado em março, porém, foi o maior resultado para o mês desde 1996 (1,26%).

Com isso, o indicador acumula alta de 4,29% no ano e de 12,13% nos últimos 12 meses. Ou seja: em quatro meses, já passou o estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional como meta para 2022, que é de 3,50%, com possibilidade de variação de 1,5 ponto percentual para mais (5%) ou para menos (2%).

Atuação do Banco Central

Cabe ao Banco Central adotar as medidas necessárias para que a meta inflacionária seja alcançada. No entanto, o próprio BC já admitiu que este ano isso será impossível. O Comitê de Política Monetária (Copom) prevê que a inflação fechará os 12 meses na casa de 7,3%, de acordo com a ata da reunião de maio, divulgada nessa terça-feira, dia 10.

A principal estratégia adotada para domar a inflação tem sido aumentar a taxa básica de juros (Selic), o que, simplificando, encarece o crédito, reduz o consumo e leva à diminuição dos preços.

Aumento em maio

Na reunião realizada no início deste mês, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 1%, para 12,75% ao ano. “O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2023”, aponta a ata.

O Comitê voltará a se reunir na segunda quinzena de junho e a perspectiva é de uma nova alta na taxa de juros, como forma de perseverar em sua estratégia até que se consolide o processo de desinflação. Embora essa medida venha surtindo um certo efeito sobre a inflação, até o momento não tem sido suficiente para que se chegue perto da meta, evidenciando a necessidade de novas ações por parte do BC.

Comportamento da economia

Conforme o Copom, no âmbito doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica indica um crescimento em linha com o que era esperado pelo Comitê. O mercado de trabalho segue em recuperação e indicadores relativos ao comércio e à indústria apresentaram melhora na margem.

“A inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, se mostrando mais persistente que o antecipado. A inflação de serviços e de bens industriais se mantém alta, e os recentes choques levaram a um forte aumento nos componentes ligados a alimentos e combustíveis. Continua se destacando o aumento do preço da gasolina, com impacto maior e mais rápido do que era previsto”, pontua.

Alimentação e transportes

Voltando ao IPCA, em abril os principais impactos vieram de alimentação e bebidas e dos transportes. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 80% do índice. Entre as bebidas, destaque para o aumento de mais de 10% no leite longa vida. Nos alimentos, para a batata-inglesa (18,28%), o tomate (10,18%), o óleo de soja (8,24%), o pão francês (4,52%) e as carnes (1,02%).

No caso dos transportes, a alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis, que continuaram subindo, sobretudo a gasolina (2,48%), subitem com maior peso no IPCA. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular, de 3,32% no gás de botijão e de 1,38% no gás encanado.

INPC

Usado para mensurar a inflação entre as famílias com renda de até cinco salários mínimos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 1,04% em abril, abaixo do registrado no mês anterior (1,71%), mas também a maior variação para o mês desde 2003 (1,38%). No ano, o INPC acumula alta de 4,49% e, nos últimos 12 meses, de 12,47%. O índice também serve de base de cálculo para os salários.