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Economia

Andreia Limas: Você ainda aceita cheque?

Segundo levantamento da Febraban, redução no uso do cheque chegou a 94% nos últimos 28 anos

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Os mais antigos, como eu, devem lembrar da época em que ter um talão de cheques na carteira era sinônimo de status e praticamente tudo era pago com ele, dos salários às compras do mês no supermercado. A principal vantagem, antes que os cartões dominassem o mercado, era a possibilidade de parcelamento, por meio dos famosos cheques pré-datados.

Mas é certo que também havia muitos problemas: furtos, fraudes, falsificações, falta de fundos na conta bancária para honrar os compromissos, devoluções por esse e por outros motivos, como ausência de assinatura ou assinatura não condizente com a do titular, rasuras, encerramento de conta e até mesmo por não estar nominal, no caso de depósito.

Tudo isso fez com que os cheques deixassem de ser aceitos e fossem substituídos por outras formas de pagamento. Até que em 2022 houve o registro do menor volume de compensações da série histórica iniciada em 1995.

Levantamento

De acordo com dados divulgados pela Federação Brasileira de Bancos – Febraban –, tendo como base o Serviço de Compensação de Cheques, no ano passado foram compensados 202,8 milhões de documentos, uma queda de 7,3% em relação ao ano anterior. Na comparação com 1995, quando foram compensados 3,3 bilhões de cheques, a queda registrada é de 94%.

A entidade afirma que o avanço dos meios de pagamento digitais, como internet e mobile banking, e a criação do Pix em 2020 são os principais fatores que explicam a significativa redução observada ao longo de 28 anos no uso do cheque.

Atualmente, sete em cada dez transações bancárias no país são feitas pelos canais digitais, enquanto o Pix movimentou mais de R$ 16 trilhões entre dezembro de 2020 e dezembro de 2022.

Estabilidade nos valores

Apesar da redução do número dos cheques compensados em 2022, o total do volume financeiro dos documentos permaneceu praticamente estável, passando de R$ 667 bilhões em 2021 para R$ 666,8 bilhões no ano passado.

O levantamento também mostrou que o valor médio do cheque aumentou de 2021 para 2022 – passou de R$ 3.046,52 para R$ 3.257,88. “Os números mostram que a população está usando o cheque para transações de maior valor, enquanto o Pix é utilizado como meio de pagamento para transações de menor valor, como por exemplo, em compras com profissionais autônomos, e também para acertar pequenos débitos familiares ou entre amigos”, avalia Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.

Contas de consumo

A verdade é que o Pix conquistou os brasileiros, pela facilidade, rapidez e a ausência de tarifas, cobradas apenas em casos específicos. Tanto que vem sendo utilizado até para o pagamento de contas de consumo.

Nessa terça-feira, dia 24, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou resolução que obriga as distribuidoras a disponibilizarem o Pix como forma de pagamento das contas de luz, sempre que os consumidores solicitarem essa opção.

As distribuidoras também podem disponibilizar o QR Code para pagamento via Pix independentemente da solicitação do consumidor, o que inclusive já é praticado por diversas concessionárias e permissionárias de energia no país.

Regulamentação

Como muitas distribuidoras ainda não oferecem a modalidade ou a oferecem com restrições, a agência decidiu regulamentar o assunto para garantir tratamento isonômico a todos os consumidores. 

As tarifas cobradas pelas instituições bancárias pelo QR code do Pix são mais baixas do que as de outras modalidades de meios de pagamento, como os códigos de barra, o que acaba gerando redução de custos às empresas.