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Economia

Coronavírus: é preciso proteger também a saúde econômica

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Antes de mais nada, quero aqui dizer que reconheço plenamente os problemas de saúde pública gerados pela pandemia de coronavírus e entendo como indispensáveis todas as iniciativas, sejam elas ou não do governo, para garantir que as pessoas permaneçam saudáveis e o país atravesse o atual momento com o menor número possível de vítimas do novo vírus. Mas, a proposta da coluna é falar sobre a economia e, por isso, vamos analisar o avanço da doença – e suas possíveis consequências – sob a ótima econômica, abordando primeiro as medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na última segunda-feira, dia 16, para manter a saúde financeira dos brasileiros.

Socorro ao setor produtivo
O pacote de medidas emergenciais, de acordo com o Ministério da Economia, visa proteger a população mais vulnerável, além de manter os empregos e garantir que os brasileiros tenham condições financeiras de arcar com eventuais despesas decorrentes da pandemia. Segundo o ministro, serão disponibilizados, rapidamente, R$ 147,3 bilhões, sendo R$ 59,4 bilhões em ações voltadas ao setor produtivo.

Esforço inicial
A conta inclui R$ 30 bilhões resultantes do adiamento por três meses do prazo para o recolhimento do FGTS pelas empresas; R$ 22,2 bilhões do adiamento por igual período do pagamento da parte da União no Simples Nacional; R$ 5 bilhões de crédito do Proger/FAT para micro e pequenas empresas; R$ 2,2 bilhões devido à redução de 50% nas contribuições do Sistema S também por três meses. Segundo Guedes, apesar da magnitude, esse é apenas um esforço inicial.

Quebradeira
A intenção do Governo Federal com as medidas é muito clara: evitar a quebradeira em diversos setores da economia. Alguns deles já acusaram o golpe, como o de turismo, mas muitos outros vão sofrer à medida em que o cancelamento de eventos e a suspensão de atendimentos/serviços for ampliada. Mantendo esse dinheiro nas empresas, por pelo menos um período elas terão como se continuar no mercado e permanecer com os postos de trabalho abertos. Esperando que a tempestade passe logo e sem deixar muitos estragos.

Incerteza
Com o vaivém do mercado de ações, que virou uma gangorra nos últimos dias por causa da pandemia; a desvalorização do real, com o dólar passando dos R$ 5, e a loucura que virou a economia mundial – um novo período de recessão já é uma hipótese considerada, o Governo Federal acertou em cheio ao se mobilizar e agir neste momento de incertezas. Temos visto em outros países a queda na produção, a preocupação com o fechamento de empresas e a perda de empregos, enquanto os governos locais se esforçam para minimizar os efeitos negativos na economia. Era fundamental que a equipe econômica se antecipasse e tentasse evitar esse cenário no Brasil. As medidas podem proteger a nossa economia e torcemos para que isso aconteça.

Crédito
O Conselho Monetário Nacional (CMN) também anunciou que vai facilitar a renegociação de operações de crédito de empresas e de famílias, dispensando os bancos de aumentarem o provisionamento, caso essa repactuação ocorra nos próximos seis meses. Outra medida expande a capacidade de utilização de capital dos bancos para que esses tenham melhores condições para realizar as eventuais renegociações e de manter o fluxo de concessão de crédito, baixando a necessidade de capital próprio para a alavancagem das operações. Isso possibilitará aumentar a capacidade de concessão de crédito em torno de R$ 637 bilhões, de acordo com o Ministério da Economia.

Saque do FGTS e antecipação do 13º salário
Também foram anunciadas medidas que beneficiam os idosos. A principal delas é a antecipação da segunda parcela do 13º salário para o mês de maio, a ser pago aos aposentados e pensionistas do INSS. A antecipação da primeira parcela para o mês de abril já tinha sido anunciada. Além disso, o governo vai transferir os valores não sacados do PIS/Pasep para o FGTS para permitir que os trabalhadores façam novos saques. Ainda com a preocupação de injetar recursos na economia, o governo vai antecipar para junho o pagamento do abono salarial.

Corrida aos supermercados
Mas a luta para controlar a pandemia não depende só do governo. É preciso que cada um faça a sua parte. Às empresas cabe manter a produção e os empregos, sem elevar os preços tendo o coronavírus como desculpa. Os cidadãos, além de seguir as medidas para retardar o avanço do vírus, devem ter cuidado com a economia, não promovendo uma corrida aos supermercados, por exemplo, como tem ocorrido nos últimos dias. Ações como essas podem causar o desabastecimento, um risco que até então não se corria, porque o comércio acaba não conseguindo repor as mercadorias na mesma velocidade em que são compradas pelos clientes em pânico. Além disso, a alta na demanda inevitavelmente resultará em majoração de preços e inflação maior.