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Entrevista: “Içara é uma cidade com grande potencial”, enaltece presidente da Fapesc

Fábio Zabot Holthausen já teve atuação na Unisul em Içara e agora está à frente da Fapesc

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Fábio Zabot Holthausen tem 45 anos, é natural de Tubarão, tem graduação em Direito, especialização em Liderança e Gestão de Instituições de Ensino Superior, MBA em Gestão Empresarial e mestrado em Direito Constitucional. Atualmente está na presidência da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Os mais de 20 anos na atuação acadêmica e quase 15 anos na pesquisa e inovação o qualificaram para estar nesta posição. “Passei por uma série de entrevistas e apresentação de documentos antes do convite final do governador para assumir o desafio”, lembra.

Além de presidente da Fapesc, Fábio ocupa também a vice-presidência do Conselho Superior da entidade, é presidente do Conselho de Administração do Sapiens Parque S.A., conselheiro e diretor regional Sul (PR, SC e RS) do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e presidente do Conselho de Condôminos do ParqTec Alfa. Também tem atuação no Colegiado Pleno de Gestão do Governo do Estado de Santa Catarina, Conselho Consultivo do IEL/SC–Fiesc, Órion Parque, Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e na Fundação Educacional da Região de Joinville (Furj).

Já o retrospecto inclui ainda a participação no Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), na Agência de Inovação e Empreendedorismo da Unisul (Agetec), na Incubadora de Empresas CRIE e o Parque Científico e Tecnológico da Unisul (UniParque). Foi também professor na graduação e pós-graduação na Unisul e coordenou o Curso de Direito nas cidades de Içara e Araranguá. Diante de tantas atividades já realizadas, o que ainda lhe realiza? “Implementar ações, projetos e programas que façam sentido para as pessoas, trazendo resultados positivos para a sociedade e instituições, por meio da articulação e esforço de pessoas engajadas. Gosto de trabalhar em equipe”, responde na entrevista ao Canal Içara. Confira na íntegra:

Em sua avaliação, como está atualmente o ecossistema de Ciência, Tecnologia e Inovação catarinense?

Santa Catarina possui um ecossistema pujante em CTI. Temos pessoas empreendedoras, excelentes gestores e inovadores, instituições e pessoas engajadas e comprometidas. Somos referência para o Brasil e para outros países, contudo precisamos manter investimentos, ações e programas. Muitas de nossas ações serão sentidas com o passar do tempo, por isso nos mantemos firmes em programas que possam gerar efeitos imediatos, mas também com formação e pesquisas que geram efeitos futuros, preparando nosso estado para os desafios que estão por vir.

O Governo do Estado reconhece a importância da CTI. A Fapesc tem recebido apoio do secretário Luciano Buligon e do governador Moisés. Este, por sinal, é um grande incentivador e reforça a necessidade de investirmos em soluções para os problemas da sociedade catarinense de forma regionalizada e para todo o ecossistema. Apesar da pandemia, estamos passando por um bom momento na Fapesc. Estamos ampliamos nossas chamadas públicas, nossas bolsas, nossos projetos apoiados e nossos recursos investidos no ecossistema. Isso, com certeza, trará benefícios para o Estado de Santa Catarina.

Quando se fala em inovação, há o entendimento de que inovar só faz sentido quando é para melhorar a vida das pessoas. Também há esse olhar na Fapesc?

A missão da Fapesc é promover o ecossistema catarinense de Ciência, Tecnologia e Inovação por meio de fomento e da integração de seus agentes, objetivando o avanço de todas as áreas do conhecimento, o equilíbrio regional, o desenvolvimento econômico sustentável e a melhoria da qualidade de vida de nossos cidadãos.

Todos os nossos programas têm esse olhar de melhorar a vida do cidadão catarinense seja por meio da Inovação, da formação de pessoas, do uso da tecnologia ou dos efeitos da pesquisa e ciência. Sempre que um projeto é contemplado pela Fapesc ele não traz mudanças somente para os contemplados diretamente, mas reflete na melhoria de toda uma comunidade ao redor. Primamos pelo desenvolvimento sustentável de forma regionalizada.

De que forma os projetos desenvolvidos pela Fapesc contribuem em áreas como educação e saúde?

De muitas formas. Temos projetos voltados diretamente para essas áreas, assim como, de certa forma, todos os programas lançados pela Fapesc podem refletir nessas duas áreas tão importantes.

Na saúde posso citar, o Programa de Pesquisa para o SUS, o PPSUS, uma parceria da Fapesc com o Ministério da Saúde, CNPq e Secretaria de Estado da Saúde, que apoia pesquisas na área da saúde e que têm potencial para trazer novas experiências e otimizar o serviço aqui no Estado. Nosso último edital foi lançado no ano passado e contemplou 41 pesquisas de todo o Estado. No total, são R$ 2,5 milhões.

Essas pesquisas estão em andamento. Uma delas impactará diretamente em Içara. O pesquisador vinculado à Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Willians Cassiano Longen, foi aprovado com o “Projeto de estruturação da rede de atenção à saúde do trabalhador do município de Içara” e receberá o valor de R$ 30.600,00. Ainda em 2020, lançamos editais para apoiar pesquisas voltadas ao combate à Covid-19. Tivemos projetos de Criciúma e de Araranguá aprovados, aí no Sul.

Para a Educação posso citar diretamente as Bolsas para Pós-Graduação. Somente em 2021 são mais de R$ 12 milhões. Lançamos nessa semana, em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), um edital de chamada pública que vai destinar até R$ 8,79 milhões em bolsas de estudos para financiar pesquisas em programas de pós-graduação – mestrado, doutorado e pós-doutorado – em Santa Catarina. Serão mais 137 bolsas de mestrado, 40 de doutorado e 7 de Pós-doutorado para Programas de Pós-Graduação stricto sensu Emergentes e em Consolidação. As inscrições devem ser feitas pelas Instituições de Ensino Superior (IES) até 30 de junho.

E ainda nesse ano, lançaremos um novo ciclo de bolsas de estudo com um investimento de aproximadamente R$ 20 milhões. Além disso, outros projetos apoiados pelas Fapesc buscam soluções para diversas áreas, entre elas Saúde e Educação. No Programa Centelha, voltado ao desenvolvimento de startups, Saúde e Bem-estar lideraram as propostas aprovadas para receberem fomento.

Alguns municípios do estado já contam com o Centro de Inovação há mais tempo, outros conquistaram recentemente e em outros, como é o caso de Criciúma, está em processo de implantação. De que forma esses equipamentos podem atuar para fomentar o desenvolvimento socioeconômico dessas cidades?

Os Centros de Inovação têm uma missão muito importante para o Estado de Santa Catarina. Eles são o HUB da Inovação do Estado. Por meio deles Santa Catarina terá uma rede conectada em todas as regiões, articulando os atores locais (academia, setor empresarial, governo e sociedade civil organizada) na busca de soluções para os desafios impostos. A geração dos novos empreendedores e negócios e a implantação da inovação vão passar pelos Centros de Inovação. A SDE e a Fapesc, que representam o Governo do Estado, estão fomentando estes empreendimentos desafiando as pessoas envolvidas para que a rede de centros possa cooperar entre si e competir com outros estados e nações.

Que outros projetos são desenvolvidos pela Fapesc na Região Carbonífera? Existe perspectiva de que essa atuação seja ampliada?

Nossa intenção, desde que assumimos a presidência da Fapesc, sempre foi diversificar mais as regiões contempladas em editais. Muitos editais já trazem a regionalização como um dos princípios. Todas as regiões catarinenses têm grande potencial para inovar e o Sul, com certeza tem um grande potencial.

O Centro de Inovação de Criciúma recebeu recursos Fapesc, assim como temos grandes parcerias com as instituições de ciência, tecnologia e inovação da região. Podemos citar Unesc, Unisatc, UFSC, Unibave e Unisul como exemplos. Temos dezenas de projetos e bolsas (mestrado e doutorado) ativos na região sul.

Como uma cidade como Içara pode ser incluída no ambiente de inovação estadual?

Içara é uma cidade com grande potencial e que vem despontando no cenário econômico do Sul, mas também de todo Estado. É sede de importantes indústrias que investem em inovação como a Farben, Librelato, entre tantas outras. Acredito muito no potencial de Içara como uma cidade inovadora. A inovação está em todos os lugares e na indústria ela é cada vez mais fundamental no cenário de competitividade atual.

Acredito que a cidade tenha pessoas bastante empenhadas nesta jornada e com a união de forças entre Governo, Mercado, Academia e Sociedade Civil Organizada muitos projetos irão surgir de Içara. Filipe Pavei, um nome bem conhecido de vocês, é um desses exemplos e que faz parte do Conselho Superior da Fapesc.

Mas é importante trilhar um caminho em busca de fortalecer as instituições e cooperações locais. Os atores precisam estar alinhados e caminhado com um único propósito e para um destino alinhado. Pois, caso contrário, assim como na física, as forças contrárias podem anular as iniciativas umas das outras. Não é o momento de termos concorrências locais, mas de união em torno de propósitos comuns... As cidades que conseguiram estruturar seus Centros de Inovação experimentaram isso e estão conseguindo avanços significativos com a união das pessoas, recursos e esforços.

Quais os programas que estão com inscrições abertas neste momento?

Atualmente estamos com 10 Editais de Chamada Pública em período de submissão. Vou relembrar aqui dois que já citei acima. O Programa de Bolsas de Pós-Graduação e o Programa Nascer. Esse último é voltado para a pré-incubação de ideias. Os projetos aprovados recebem toda capacitação necessária para fortalecer ou tirar a ideia do papel. Temos cidades pólos em todas as regiões do Estado, são 30 cidades.

Também aproveito para convidar aos interessados que participem do evento final da VI Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação que vai acontecer no formato online no dia 10/6/2021, a partir das 14h. Traremos os resultados das avaliações realizadas no ano de 2021 nas 6 macrorregiões do estado e um comparativo com o ano de 2015 (quando a conferencia foi realizada pela última vez).

Como faz para acessar os programas da Fapesc?

Sempre recomendo que as pessoas fiquem atentas ao site da Fapesc, www.fapesc.sc.gov.br. Todos os nossos recursos são destinados através de Editais de Chamadas Públicas. A dica número 1 é ler com atenção o edital. Depois temos a Plataforma de CTI da Fapesc onde acontece a submissão e toda a gestão das etapas da seleção. Procuramos manter a sociedade informada através de nossas redes sociais, também.