O semblante dos moradores não esconde o luto em que Santa Maria ainda vive ao longo deste último ano. E na medida em que se aproxima da boate Kiss, essa atmosfera aparece ainda mais carregada. "Estão todos muito sérios", relata o fisioterapeuta Milton Ricardo de Medeiros. De passagem pelo município gaúcho para encontrar a família, o servidor municipal de Içara relata que toda a cidade vestiu branco em homenagem aos 242 mortos na tragédia nesta segunda-feira, dia 27.
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“O que eu mais ouvi era a união das famílias em torno do objetivo de lutar por Justiça e para que nunca mais, em lugar algum, ocorra o que aconteceu em Santa Maria. As pessoas querem que a partida precoce de 242 pessoas não tenha sido em vão. Uns se amparam nos outros, mas há um grande inconformismo com a morosidade da Justiça e com o MP do RS que não indiciou os agentes políticos e servidores públicos responsabilizados no inquérito”, relata.
"Fui acordado logo cedo naquele dia. Até entender o que estava acontecendo demorou. Não dava para acreditar que tanta gente havia perdido a vida em uma boate. Ainda mais na minha cidade, onde eu já havia frequentado diversos locais. Minha prima Kelen Ferreira sobreviveu ao incêndio. Ela ficou mais de 80 dias hospitalizada em Porto Alegre. Ainda hoje mantém rotina de tratamento diário no Hospital Universitário com fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e ainda tem suporte médico e psicológico assim como os demais sobreviventes”, pontua Milton.
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