Quem é contra a redução da maioridade penal não age com pena ou em defesa de bandidos, age com a consciência de que não é essa a solução viável que irá acabar como problema. Isso só iria agir na consequência, não na causa. Para o Estado é mais fácil prender do que educar. Medidas como esta tem caráter de ódio. Servem apenas para sanar uma sede de justiça de nossa sociedade.
No Brasil existem mais de 20 mil jovens em regime socioeducativo. Apenas 20% deles cometeram crimes contra vida. O momento atual, principalmente telejornais sanguinários, nos fazem crer que toda a culpa da violência emana dos adolescentes infratores quando, na verdade, menos de 2% dos crimes são cometidos por menores de 18 anos.
O sistema carcerário faliu, está um caos, virou uma masmorra, se transformou em um sistema que baseia-se na desumanização ao invés da ressocialização. Se cadeia adiantasse, o Brasil sendo o 4º país que mais prende no mundo, já estaria com seus problemas resolvidos.
Os mesmos que aplaudem uma possível redução convivem sem espanto com o verdadeiro genocídio da juventude brasileira, uma violência que mata quase 200 mil jovens por ano, desses 70% negros e pobres. É como se caíssem oito aviões lotados por mês. Temos uma visão muito curta sobre tudo isso e precisamos aprofundar esse debate.
Claro que não podemos defender que aquele que mata, que agride e comete crimes fique impune, saia pela porta da frente. Mas não podemos apenas varrer toda essa sujeita pra de baixo do tapete, meio que na base do “cacete”, o que falta é educação, o que falta é respeito, o que falta é direito, o que falta é acesso, o que falta é progresso.
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