Após mais de dois meses de investigação e o acúmulo de nove Carteiras Nacionais de Habilitação adulteradas, a Polícia Civil de Içara apreendeu equipamentos utilizados para a fraude e deteve uma pessoa na manhã desta terça-feira, dia 6. O cumprimento do mandado de prisão preventiva ocorreu em Maracajá contra VV, de 48 anos. No bairro Liri, em Içara, foi realizada ainda a busca e apreensão de máquinas na residência de AZ, de 35.
Conforme o delegado Rafael Marin Iasco, VV comercializava as CNHs e terceirizava parte do serviço para AZ. Segundo a autoridade policial, os dados dos clientes eram impressos numa etiqueta colada em carteiras já vencidas. Ainda assim, em alguns casos a irregularidade era perceptível por causa da inconsistência de algumas informações, por exemplo, a emissão em Santa Catarina e a existência de um carimbo no Rio Grande do Sul.
Junto com VV foi recolhido também uma BMW 325i com a documentação adulterada. "A investigação começou exatamente por causa da quantidade de carros clonados, procurações e CNHs falsas comercializadas entre R$ 200 e R$ 1 mil", exalta Rafael. Já com AZ haviam duas impressoras, dois computadores, um HD externo, etiquetas e documentos. "Ele falsificava diversos tipos. Até comprovantes de pagamento", relata o delegado. Um dos papéis recolhidos foi um certificado de ensino médio pelo CEJA de Criciúma.
VV foi encaminhado preventivamente para o Presídio Santa Augusta. Ele responderá por estelionato e por adulteração de documento público. Em paralelo, o indiciamento de AZ incluirá os mesmos crimes com o acréscimo ainda de adulteração de documento particular. O inquérito deverá ser concluído dentro de 10 dias.
BYE BYE BRASIL – Em 2005, a Polícia Federal desencadeou a operação Bye Bye Brasil para desmontar uma organização criminosa especializada em introduzir brasileiros de forma ilegal no exterior, principalmente nos EUA. Cerca de 200 policiais cumpriram mandados de prisão em Criciúma, Morro da Fumaça e Içara. Na época, 26 pessoas foram presas. Em 2006, ocorreram mais 10 prisões novamente em Criciúma e Içara, além de Laguna. Desde então VV já respondia pela falsificação de passaporte.
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