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Cotidiano

Caps: Esquizofrenia, depressão e transtornos

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Esquizofrenia, depressão e transtorno bipolar. De acordo com a coordenadora do Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) de Içara, enfermeira Marli de Sá, esses são os transtornos mais comuns entre os 165 pacientes que recebem o atendimento. Conforme Marli, o objetivo do programa é diminuir o número das internações. “Queremos tirar essas pessoas dos hospitais, tratando seus transtornos junto à sociedade, para que sua reinserção seja mais fácil”, explica, referindo-se às modalidades de atendimento: não-intensivo, uma vez por semana, semi-intensivo, três vezes na semana e intensivo, todos os dias.

No local, uma equipe de 11 profissionais, entre eles duas psicólogas, psiquiatra, professora de artes e de educação física, orientam atividades como consultas, oficinas terapêuticas, comemorações festivas - como a que acontecerá no dia 21, em Urussanga, o Intercaps, que é a reunião de todas as instituições. “Os pacientes são encaminhados através do ambulatório de saúde mental, dos próprios hospitais psiquiatras quando recebem alta, ou até mesmo por procuras espontâneas. Temos todos os tipos de casos: ansiedade, dependência química, assim como os pacientes mais graves e reincidentes de internações”, exemplifica.

“O objetivo do Caps é reduzir os sintomas do transtorno, evitando às internações psiquiátricas, resgatando o direito á cidadania e consequentemente a reinserção social e melhorias na qualidade de vida”, elucida. Contudo, quando o paciente não aceita o tratamento, realizam visita domiciliar para conversarem. “A família entra em contato conosco e vamos conversar com a pessoa, tentando fazer com que aceite o tratamento, pois nunca forçamos”, explica.

O coordenador do ambulatório de saúde mental do município, João Luiz Brunel, afirma que a preocupação com a saúde é toda a rede municipal. “Os médicos das estratégias da saúde da família estão atentos a essa questão também. Quando eles entendem que haverá benefícios, encaminhamos os pacientes até nos”, conta. Desde que foi criado em 2007, já foram realizados 2,4 mil cadastros, numa média de 500 ao mês, e conta com dois psicólogos e dois médicos. “A resolutividade dos trabalhos é melhor que internações, e contamos com o Núcleo de apoio a saúde da família (Nasf) nas estratégias de saúde”, diz.

A psicóloga Leila Lucchesi, que também trabalha no Caps há aproximadamente um ano e meio, fala que o apoio é a principal forma de trabalho. “Mesmo que a pessoa venha até aqui para conversar, ela irá se acalmar e ficará mais tranqüila com esse acolhimento”, justifica. “O tratamento para as pessoas tanto bipolares quanto depressivas, é o medicamentoso, orientação de enfermeiras e o atendimento psicológico, realizado num grande grupo, até porque a demanda é muito grande, mas assim a experiência é mais rica, pois ouvem os problemas dos colegas, e às vezes o que serve para um, valerá para outro”, pondera. Também é realizada reunião uma vez por mês com os familiares, para orientação. “Elas devem saber lidar com o pacientes, inclusive com a medicação”.
Vida transformada

*Laura, frequentadora do Caps há cinco anos, conta que já havia sido internada por cinco anos. “Até vim aqui, não sabia o que eu tinha, mas hoje sei, sou bipolar. Desde que vim para cá, tudo mudou bastante, e para melhor”, conta a paciente, que é casada, e que frequenta a entidade uma vez por semana para a psicoterapia. “Eu vinha três vezes por semana, tinha aulas de trabalhos manuais, ficava por aqui, pois considero minha casa”, finaliza.

*Nome fictício para preservar a paciente