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Cotidiano

Casa da Cultura recebe exposição sobre Modernismo Catarinense

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A Casa da Cultura Pe. Bernardo Junkes, através do Sesc/Criciúma, abriu a exposição Da Costa do Vale da Serra: Modernismo em Santa Catarina. A exposição mostra com um outro olhar o Modernismo em Santa Catarina, que, por sua vez, propicia a abertura para outras tantas leituras diferenciadas.

O evento registra um pouco da história modernista no Estado em painéis que reúnem peças da arquitetura, artes plásticas e esculturas dessa "escola" que foi bastante incentivada durante o governo de Getúlio Vargas. A mostra é uma pesquisa realizada pela artista plástica e pesquisadora Bianca Tomaselli.

Período de Exposição:
De 28 de maio a 11 de junho de 2007
Horário: das 8 às 17 horas
Local: Casa da Cultura Pe. Bernardo Junkes – Praça da Matriz s/n –Içara/SC
Informações e agendamento pelo fone 48 3432 5847
Organização: Sesc/Criciúma


Sobre o Modernismo em Santa Catarina

O modernismo foi um movimento literário e artístico inaugurado com a chamada Semana de Arte Moderna (1922) que deu início a uma nova fase na arte brasileira, caracterizando-se pela ruptura com as tradições acadêmicas, pela liberdade de criação e pela busca de inspiração nas fontes mais autênticas da cultura e realidade brasileiras.

A partir do final dos anos 40, os catarinenses passaram a ter um maior contato com a produção dos artistas modernistas brasileiros e estrangeiros. Um dos grandes incentivadores deste fato foi Jorge Lacerda, que naquele momento trabalhava no Rio de Janeiro como jornalista responsável pela publicação do suplemento literário do jornal A Manhã, o Letras & Artes. Nas suas correspondências com os integrantes do Círculo da Arte Moderna (CAM) de Florianópolis, Lacerda freqüentava e enviava os clichês usados naquele suplemento, que apresentavam imagens de trabalhos modernistas como as esculturas do italiano residente no RJ, Bruno Giorgi, as pinturas dos artistas brasileiros Ismael Nery e Iberê Camargo, do argentino Emilio Pettoruti, e, do americano Antony Calder.

Os membros da CAM re-aproveitaram estes mesmos clichês na publicação da revista Sul, periódico que divulgava suas idéias desde 1948. Até a publicação da revista Sul, as idéias foram disseminadas em boletins e periódicos locais. No jornal Folha da Juventude, em circulação de 1946 a 1947, dispunham de uma página de arte moderna dirigida por Aníbal Nunes Pires. Ali redigiam críticas a artistas locais, como as que fizeram sobre a exposição de Acary Margarida, e expunham seus interesses a respeito da arte moderna. Lembra Lina Leal Sabino que naquele momento, em Florianópolis, a literatura e as demais artes privilegiavam uma produção baseada ainda no parnasianismo, defendida por muitos membros da Academia Catarinense de Letras, a chamada Geração da Academia. Querendo se diferenciar desta geração, num artigo sob o título “A Juventude de Florianópolis e a Campanha da Arte Moderna” do último exemplar da Folha da Juventude, deixam registrado o seguinte trecho: “É agora, depois de passados vinte e cinco anos do seu aparecimento, que se faz, pela primeira vez em Florianópolis, a campanha em prol da arte moderna, senhores leitores.”

Em 1948 foi então inaugurada, na capital catarinense, a “Exposição de Pintura Contemporânea” organizada por Marques Rebelo, montada no Pátio Interno do Grupo Escolar Dias Velho com 74 obras de Artistas Modernistas conhecidos internacionalmente. Este espaço ficou conhecido como “Pátio Marques Rebelo”, ficando sob a guarda de Martinho de Haro.Em 1949, o Pátio Marques Rebelo, por meio de Decreto Estadual, passa a se chamar “Museu de Arte Moderna de Florianópolis” (MAM-F). A partir daí cursos e palestras passaram a ser realizados no MAM-F. Esses eventos possibilitaram aos artistas locais um maior contato com algumas soluções plásticas adotadas pelo modernismo, como por exemplo, o abandono dos artifícios da representação realística. Muitos daqueles que se identificaram com o movimento, se aproximaram dos membros do Grupo Sul, contribuindo com ilustrações para as suas publicações. Em 1958, as atividades da revista deram-se por terminadas, estes artistas continuaram a divulgar as idéias do grupo através de suas obras. Principalmente no que tangia a busca de um estilo universal, sem que, com isso, se abandonasse a temática local.

Para os artistas que residiam na Costa, naquele período, isto significava adotar aquelas soluções plásticas que o modernismo havia instaurado e, ao mesmo tempo, recorrer a um processo de resgate da Cultura açoriana.