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Contra as drogas, apoio é fundamental

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Diferentes dimensões existem paralelamente devido às diversas drogas inventadas para anestesiar o corpo humano. Os fatos vividos no dia-a-dia até podem ser os mesmos. Todavia as percepções se alteram. O corpo pede cada vez mais. Torna-se dependente químico. A moral se revela de forma crua. E qualquer tipo de ética é descaracterizada.

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A sensação descrita revela o furacão psicológico que passa uma vítima do crack. Derivado da cocaína, o entorpecente passa por rejeição até mesmo dentre consumidores de outros tipos de droga. Alexandre de Oliveira conheceu tudo isso de perto. Chegou inclusive a morar na rua por cerca de dois anos em Joinville. Foi o ápice da dependência que alimentou desde os 13 anos.

Na fase dos hormônios aflorados, o garoto conheceu a cocaína e decidiu experimentar por curiosidade. Não gostava do cheiro da maconha, ainda assim também passou a usar. Foram três anos até que a família acreditasse no que os vizinhos já haviam alertado. O único garoto da casa havia se transformado em um dependente químico. A conclusão da mãe e das irmãs ocorreu devido a uma série de furtos contra elas.

Em casa, o adolescente não enxergava amigos. Os verdadeiros companheiros estavam nas ruas. Revelava seus pensamentos ao grupo. Já no próprio lar havia bloqueado o diálogo. Aos familiares, faltavam referências de como lhe dar com a situação. Decidiram financiar a droga para que ele não furtasse mais e tampouco saísse do cercado. Não deu certo e o caso só se agravou. Chegou ao ponto de ser internado por força policial.

Alexandre conheceu a primeira comunidade terapêutica aos 18 anos. Foi uma necessidade emergencial para continuar vivo. Afinal, o convívio nas ruas o fez chegar a caminhos perigosos. Ainda em Joinville, ficou três meses em tratamento, saiu e voltou a se drogar. Apenas quando atingiu os 25 anos, decidiu por vontade própria voltar a uma casa terapêutica. Escolheu a comunidade Vida Jovem, no Rincão.

Aos sete meses, havia se transformado em monitor. Neste período conheceu então Rosana Cavalheiro de Oliveira. O primeiro contato ocorreu quando ela buscava ajuda para um amigo. Mulher dedicada na ajuda de dependentes químicos, ela não teve medo. Tanto que um ano mais tarde estava unida com Alexandre em Florianópolis.

O casamento foi tão cheio de problemas quanto a vida de Alexandre se apresentava até então. Ele enfrentou novamente a falta de diálogo dentro de casa. Chegava alterado, ora por efeito do crack, ora por causa da cocaína. As recaídas o fizeram vender a aliança para alimentar a sede pelas drogas. E mediante a resistência de ser ajudado, foi expulso novamente da moradia.

Afastado da esposa, decidiu se recuperar. Ligou para Rosana e dela ouviu um conselho. Se tivesse ainda a segunda aliança, que a vendesse para chegar novamente ao Vida Jovem. Foi isto que ele fez. Ao sair, novas recaídas aconteceram. Desta vez, não evoluíram. Alexandre enxergou na companheira o amor que precisava e passou a dividir as angústias, os medos e receios. Com o apoio da família que montou, faz um ano e meio que não usa droga. Nesta semana voltou a ter contato com as irmãs. Em passagem por Joinville, recebeu abraços umedecidos por choros de emoção.

A luta continua a cada dia. E a colaboração da família virou um ponto essencial. Alexandre se entende como uma pessoa doente. Por isso isolou o círculo social a grupos e locais em que não haja o consumo nem mesmo de bebidas alcoólicas. O dinheiro que recebe não é nem mesmo administrado por ele. Rosana virou a maior referência.

Após conseguir paz mediante a tantos obstáculos, Rosana e Alexandre pretendem fazer de toda essa experiência um caminho para a recuperação de mais pessoas. Além de continuar a se dedicar ao encaminhamento de dependentes químicos após se mudar para Içara, ela acredita que tem como missão construir um centro de recuperação para mulheres. Criou então a Associação Deus esta aqui para dar sequência ao projeto. O nome a logo da entidade foram materializados com base em um sonho que teve.