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“Deus inventou a Internet para mim”

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Gaúcho, gremista, reconhecido nacionalmente como compositor e músico, além disso, escritor. Devido a esta proximidade com a literatura, Humberto Gessinger esteve em Içara. E nesta primeira passagem pela cidade falou com jornalistas, tratou da carreira com fãs, cantou e ainda concedeu autógrafos na Praça São Donato nesta terça-feira, dia 12. A participação no Festival Literário ocorreu na primeira apresentação do livro “Nas entrelinhas do horizonte” em Santa Catarina.

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As falas de Humberto se confundem com a música dele. Cada frase carrega uma reflexão. E esta provocação verbal afirma ter cultivado desde criança. Publicamente é visto como uma pessoa sorridente. Mas a felicidade está mesmo em casa. Ele se define como alguém tímido. "Deus inventou a Internet para mim. Tocar na sala da minha casa, com meu cachorro ao lado, é uma benção", relata sobre os bate-papos que promove via webcam.

Crítico aos downloads ilegais de músicas, Humberto colocou parte do projeto Pouca Vogal gratuitamente na Internet. Garante que fez isto sem estratégia. Ainda assim o resultado deste lançamento despretensioso foi o sucesso de mais uma iniciativa. “Fizemos o processo contrário. Depois de já termos lançado as músicas fomos procurados pela Som Livre”, relembra.

Sobre a própria carreira, ele destaca o isolamento das tendências de mercado. Faz a arte que acredita e persiste nela. “Penso que o político e artista têm que buscar dentro de si as verdades as quais ele acredita de fato e correr o risco de não ter nenhum voto na urna ou ninguém comprar o disco. Foi isto que eu fiz na minha carreira”, provoca.

"O que será que nós artistas fizemos com a música para torná-la assim sem valor. Talvez tenhamos cometido alguns pecados. Lembro-me quando eu estava na Universal. Num ano o maior vendedor da gravadora era o É o Tchan. No outro, o padre Marcelo. Com todo respeito a eles, aquilo sinalizava que a música estava ficando em segundo plano", ainda indica sobre a música.

E o que mudou entre o Humberto Gessinger da banda Engenheiros do Hawaii até a criação Pouca Vogal? "Hoje em dia eu sou muito mais moço. Não parece né? Mas quando eu comecei eu tinha muito mais certeza do que eu tenho agora. Acho que amadurecer é um pouco disso. Você perde a certeza e aumenta a tolerância. Aquela vontade de mudar o mundo em cinco minutos fica diferente. Tu começas a querer mudar o mundo em seis minutos", responde.

Já quanto ao futuro, afirma que deseja fazer um trabalho voltado à música gaúcha. “Nos anos 70 teve um grupo de artistas que estiveram bem próximos de fazer algo legal, com a mistura da música universal com a música regionalista. Depois foram se distanciando. Ai depois inventaram algo que chamaram de rock gaúcho, que nem sei o que é isso", avalia.

TRANSIÇÃO – Da música para a literatura, Humberto Gessinger teve um trabalho gradual. E isto pode ter facilitado na formação de novos fãs. O primeiro livro foi lançado em 2008. Meu Pequeno Gremista era destinado a crianças. Depois publicou Pra ser sincero em 2009, Mapas do acaso em 2011, além de Nas entrelinhas do horizonte em 2012. “Eu me estranho mais como escritor do que o público”, afirma.

PREFERÊNCIA – Atualmente Humberto lê Os Crimes do Acordeom, de E. Anne Proulx. Trata-se de um romance que alterna de épocas e mantém o instrumento. O estilo faz parte das preferências do artista.”Busquei este livro devido ao interesse pelo instrumento musical. Mas gosto também de livros científicos”, revela. “O livro junta a solidão de quem escreveu com a solidão de quem leu. É muito mais tecnológico que qualquer computador”, sintetiza.

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