Espetáculo da Bailarina estreia com plateia cheia em Içara

A união da arte com a força da inclusão despertou reflexões - e potentes risadas - na Praça da Matriz São Donato na manhã deste sábado, dia 6. Com plateia cheia, o Espetáculo da Bailarina estreou em clima de celebração após seis meses de preparação. A apresentação foi realizada pelo Grupo O Clown e o Down, vinculado à Apae de Içara, com fomento do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – Edição 2024, do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura, e apoio logístico do Governo Municipal.

Idealizada a partir de um texto inicialmente de 10min, a peça trouxe aos holofotes uma trupe formada por artistas com síndrome de Down. Com humor e sensibilidade, o grupo encantou o público e promoveu reflexões sobre a capacidade de adaptação que todos podem ter. Essa foi a mensagem que a bailarina despertou, após perder a sapatilha, mas encontrar na palhaçaria uma nova forma de se expressar. A performance - agora de 30min - contou com audiodescrição e tradução em Libras para garantir acessibilidade para todos. Um cenário especial também foi montado em meio à decoração do Natal Encantado de Içara.

O elenco composto por Michele Cecchinel, Naralú Silveira Moraes, Lucas Esmite, Felipe Rocha e Mayra Formentim deve circular agora por novos palcos. Sob direção artística de Lidiane Frello e coordenação de Victoria João, a apresentação teve produção executiva de Jessica Landin, assistência de produção de Michelle Cecchinel, cenário assinado por Marcelo Ciepielewski, figurinos de Evelin Mariano, mentoria em palhaçaria com Paula Bittencourt e narração de Geison Teixeira.

"Pessoas com deficiência geralmente encontram um riso maldoso no dia a dia. Com a palhaçaria, viram que também há um riso bondoso", enaltece Victória. "A entrega dos atores é sempre verdadeira. Essa intencionalidade que eles colocam em cada espetáculo vale como lição para todos nós", acrescenta. Além da estreia, uma roda de conversa foi conduzida pela psicóloga Jadna De Stefani Milioli sobre o processo de criação da peça e a importância da valorização das aptidões de cada participante.

"Estamos muito felizes com a oportunidade de apresentar um espetáculo tão divertido para a cidade. E vamos apoiar sempre iniciativas como essa, que possam mostrar o quanto são capazes ao serem estimulados. Tivemos um longo processo de preparação e treino. O resultado foi a felicidade de cada um com essa experiência", pontua a presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Içara, mantenedora da Escola Especial Sonho Dourado, Sidirlene De Luca.