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Cotidiano

Lei obriga a inserção da cultura afro-brasileira nas escolas

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A valorização da cultura afro-brasileira dentro das escolas é obrigatória por lei. O fato é que, despreparados para inserir aspectos culturais da população negra, ou até mesmo sem conhecer a história dela, professores e diretores deixam de cumprir com suas obrigações. Percebido este problema, a Escola Salete Scotti resolveu, por conta própria, dar a orientação necessária aos seus profissionais. Na segunda-feira, dia 6, Ivan de Souza Ribeiro, especialista em história, palestrou e trabalhou o tema com os professores.

De acordo com Ribeiro, a população negra em Içara é uma das mais antigas da região. Ele afirma que a cidade é o berço da cultura afro-brasileira no sul de Santa Catarina. “Em 1880, Criciúma tinha 31 famílias de negros. Em Içara, o registro da chegada das primeiras famílias aconteceu por volta de 1870”, explica o palestrante. Na época havia a guerra do Paraguai. Para não mandar seus filhos para a batalha, os donos de grandes terras enviavam dois escravos para equivaler a um homem branco. Caso os escravos sobrevivessem, eles eram livres. Na hora de voltar para a casa, a maioria, em vez de ir para o norte, onde moravam, ficaram na região sul do Brasil. “Nem mesmo os cursos de história explicam esta questão. Falta preparo dos profissionais da educação”, revela Ribeiro.

“Na atual educação que os jovens têm na escola, são ensinados basicamente os valores europeus. Esqueceram da importância de valorizar a cultura local, e incluir nela, as tradições afrobrasileiras”, completa.

Questionado sobre as quotas raciais nas universidades e nos concursos públicos, ele responde em tom positivo em relação à medida provisória. Segundo ele, existe uma falta muito grande de profissionais negros no mercado de trabalho. Com o estabelecimento de quotas, esta realidade deve ser alterada. “Uma medida provisória como esta, não é racista. Não há discriminação de qualquer raça. Trata-se de uma forma de compensar o mal feito no passado e um reparo no presente. Os frutos disso veremos no futuro”, destaca.


ONG contra o preconceito

Ribeiro é um dos integrantes da Organização Não Governamental (ONG) Anarquistas Contra o Racismo (ACR). Ela existe desde 1992, e foi fundada na capital de São Paulo. Em Criciúma, a ONG está atuando desde 1997.

De acordo com Ribeiro, o tema tratado pela ACR não é somente o preconceito racial. Homossexualismo, soro-positivos e outros grupos que se sentem coibidos na sociedade também estão no centro das atenções da ONG. Para contribuir, ou tirar dúvidas sobre o tema, Ribeiro coloca a disposição o seu próprio número de celular 9134-9944.