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Cotidiano

Na copa da figueira, a história

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No Dia da Árvore, nada melhor que destacar e importância daquelas que, generosamente, oferecem sombra e proteção sem exigir nada em troca. Frutíferas ou não, essas plantas são sinônimo de beleza e de tranquilidade. Afinal, quem nunca sentou embaixo de uma árvore, descansou e até dormiu, sentindo o ar puro e fresco que ela proporciona? Figueiras, ipês, eucaliptos, laranjeiras, jabuticabeiras... São diversas espécies, coloridas e diferentes, que encantam e trazem sensação de paz a quem está por perto.

Para celebrar o dia dedicado a elas, nada melhor que destacar algumas belas histórias que merecem ser evidenciadas. Uma delas é a da figueira centenária, localizada na comunidade de Rio Maior, em Urussanga. Pelas contas da atual proprietária do terreno onde a árvore está, Íris de Lorenzi Cancellier, ela deve ter, no mínimo, 140 anos. “Imagino isso porque quando os imigrantes italianos chegaram aqui, em 1878, essa figueira existia. Foi ela que os abrigou, já que eles não tinham nenhum tipo de morada”, relata.

A árvore brotou com certa fragilidade em cima de um tronco de madeira podre e foi crescendo forte, estendendo seus galhos e raízes. Quando os italianos chegaram a Azambuja, vindos da comunidade de Erto e Casso, na Itália, foram a pé até Urussanga, tendo como refúgio a copa da árvore, que na época ainda era pequena. “Quando eles imigraram, pararam aqui e resolveram descansar. Era a figueira que dava abrigo contra as intempéries e mudanças no clima. Depois de recobrar as forças, seguiam caminho em busca de uma nova vida”, conta Íris.

Com o passar dos anos, os italianos foram construindo casas. Porém, a árvore não perdeu a identidade de protetora e guardadora. Durante muito tempo ela serviu como referência para os tropeiros que desciam a serra com as mulas carregadas de produtos para troca e venda. “Naquele tempo, não existia comércio consolidado, então os serranos vinham vender charque e queijo na região, e no estado do Rio Grande do Sul. Eles paravam aqui, faziam comida, dormiam, e depois seguiam”, conta.

Na época, o caminho que cortava a mata, que mais tarde virou uma estrada, passava ao lado da figueira. Próximo, também, um rio de águas cristalinas, que servia para saciar a sede dos visitantes. “Até algumas décadas atrás, o lazer da comunidade do Rio Maior era vir aqui na figueira e fazer piqueniques, confraternizar, comer embaixo da copa da figueira”, conta Íris. O tempo foi passando, tudo se modernizou, as atividades mudaram, mas a árvore permanece lá, servindo, agora, de cenário para festas, fotos e encontros religiosos e sociais. “Essa figueira faz parte da história de Urussanga e da minha também. Ainda menina, eu assistia de longe ao movimento que se formava embaixo dela. Hoje, após cerca de 140 anos, medindo quase nove metros de circunferência, ela é um ponto turístico e histórico, que merece ser lembrado e conhecido”, relata.


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