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Superar limites é com o Júnior!

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Quando nasceu, ele não chorou. E não foi por falta de sensibilidade. Desde que veio ao mundo, Júnior Goularti da Rosa se mostrou especial, não por causa da paralisia cerebral, mas devido à capacidade de extrapolar as barreiras que o corpo lhe impusera. A mãe Zulmira lembra do parto e sofre até hoje com a falta de cuidados da equipe médica. Mas, continua na luta em busca de uma vida digna ao filho.

Reconhecimento não falta ao artista de 29 anos. O nome do talento içarense já foi espalhado por diversos municípios de Santa Catarina. Em Videira, uma exposição dele foi destaque em vários jornais locais. Alguns quadros foram até para o exterior.

Ao todo, Júnior já fez mais de 50 telas. As primeiras com a mão esquerda. Depois os músculos se atrofiaram, criando mais um obstáculo para superar. E assim aconteceu. As imagens que ele tinha em mente foram desenhadas através dos pés. E continuaram chamando atenção dos admiradores. É que além de paisagens, as pinceladas escondiam imagens. No meio à vegetação pintada em um quadro, por exemplo, uma senhora com uma criança no colo pode ser observada. Em outras telas, o surgimento de faces é constante. “Vejo uma tempestade”. “Olha aqui um rosto”. “É um bicho”. São várias as interpretações possíveis.

“Esta é minha”, mostra Zulmira indicando um coração abstrato, a primeira pintura do filho feita em 1999. A obra que ela se refere começou como brincadeira. Na Escola Especial Sonho Dourado, Júnior se mostrou fissurado por uma imagem da parede. A professora Lílian Rosane Phillip até tentou fazer ele se distrair. Não teve jeito. Nem dança, nem conversas resolveram. “Se tu quiser, pede pra tua mãe comprar tinta que eu te ensino a pintar”, disse ela na época, duvidando que ele levaria o recado para a casa.

Passaram alguns dias e a super mamãe foi conversar com Lílian. Entre gestos, Zulmira entendeu o que Júnior queria expressar. A vontade dele foi aceita, o material comprado. Só faltava as aulas serem iniciadas. E logo no primeiro dia, um coração começou a ser desenhado. Segundo a professora, o processo foi espontâneo. “Ele dava uns rabiscões”, explica ela. Ao finalizar a peça, incrédulos, muitos se emocionaram. Ao contar parte da história, nesta semana, Zulmira ainda chorou de emoção.

Atualmente, Júnior tem aulas particulares para continuar desenvolvendo o talento. Mas, nem sempre ele está disposto. Os músculos tem deixado a arte menos acessível. Enquanto a mãe segura os pés, uma outra pessoa firma a tela. As cores, o artista escolhe com palavras desconhecidas pela maioria das pessoas. A linguagem utilizada é compreendida apenas entre as pessoas mais íntimas.


fonte: Câmara Municipal de Içara


“Você já sabe, me conhece muito bem. Eu sou capaz de ir, vou muito mais além do que você imagina”, explica a música “20 e poucos anos”, do cantor favorito do pintor içarense, Fábio Júnior. E, conhecendo a história dele até agora, é melhor ninguém duvidar do que mais ele ainda pode conquistar. Gênio forte ele já mostrou que tem.