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Cotidiano

Viajando na Leitura! Ensaio sobre a cegueira

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Ele parou no semáforo em meio a um trafego intenso. Num instante o sinal fica verde, mas ele não sabe, está cego. Assim começa “Ensaio Sobre a Cegueira” de José Saramago. O romance narra à epidemia de cegueira que vai aos poucos atingindo milhões de pessoas sem causa aparente. O autor não especifica o local e os personagens não tem nome, são identificados pelas suas características físicas.

Assustado, o motorista do sinal procura o médico que após os exames, conclui que seus olhos estão perfeitos e não tem explicação para a “treva branca”. Logo ele seria a próxima vitima da doença. Sem saber como agir diante dessa situação inusitada, o Governo leva os cegos para uma base desativada do exército, com mínimas condições de sobrevivência. Estranhamente a esposa do médico não fica cega, mais se faz de uma, para acompanhar o marido.

O instinto pela vida altera a razão e o equilíbrio das vitimas. “Penso que não cegamos, penso que estamos cegos. Cegos que vêem. Cegos que vendo não vêem”, filosofa a mulher do médico. E a cegueira aos poucos vai revelando a escuridão das suas almas. A obra ativa as sombras escondidas em cada um de nós. Instiga a uma profunda reflexão sobre a ausência de “visão” do homem na elaboração do seu futuro e do planeta; a cegueira existente em cada um de nós, onde muitas vezes olhamos sem saber ver, e daqueles que mesmo cegos penetram nas entranhas humanas e enxergam o impossível. Uma leitura intrigante para quem deseja filosofar sobre o sentido da existência e aprecia uma verdadeira obra-prima da literatura mundial.

SOBRE O AUTOR – Com Memorial dos Conventos (1992) – best-seller internacional – José Saramago foi reconhecido em todo o mundo. Publicou ainda Ensaio sobre a Lucidez (2004), Ensaio sobre a vivência (2005), A bagagem do viajante (1996), O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), entre outros.