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Cotidiano

Zilda Arns: sentimento de missão cumprida

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“No dia 12 de janeiro, à noite, já na hora de dormir, começamos a acompanhar as notícias e entrevistas do terremoto que, naquela tarde, havia atingido o Haiti, com intensidade absoluta em sua capital, o município de Porto Príncipe. Uma grande tragédia. As informações sobre a destruição, o número de mortos e feridos, assim como os apelos de ajuda internacional já apontavam para o drama pelo qual o país estava passando. Não sabíamos, naquele momento, que a tia Zilda estava lá”.

O relato do sobrinho Flávio Arns, registrado no livro “Zilda Arns, a trajetória da médica missionária”, escrito por Otília Arns, conta como foi a reação da família ao saber da triste notícia. Na ocasião, o terremoto de 7,3 graus na escala Richter provocou grande destruição, causando cerca de 316 mil mortes. Entre elas, a da querida e batalhadora forquilhinhense, que na hora do incidente estava em uma convenção, com alguns sacerdotes, divulgando a Pastoral da Criança e a importância dela na melhoria da qualidade de vida nos países mais pobres.

Alguns integrantes da família só souberam da morte no dia seguinte ao acontecido. Um deles foi Flávio, que na época era senador e trabalhava em Brasília. A primeira onda de preocupação surgiu quando ele foi procurado por uma rádio para saber que a tia estava mesmo no país, sem mencionar sua morte. Pouco tempo depois, foi informado da notícia. “Mas era tudo muito impreciso ainda. Naquele momento, as buscas pela localização e resgate do corpo da tia Zilda já estavam acontecendo”, recorda.

Não demorou muito para que ela fosse identificada e trazida ao Brasil. Flávio conseguiu ir até o local onde o corpo estava e percebeu que não haviam fraturas ou ferimentos aparentes, apenas um forte traumatismo no lado direito da cabeça. “O crucifixo que a tia usava frequentemente havia se rompido na queda, permanecendo a corrente junto ao corpo, e a cruz, estava sumida”, expõe o sobrinho.

O corpo da missionária foi velado no Palácio das Araucárias, com a presença de familiares, amigos e autoridades. Ele estava coberto pelas bandeiras do Brasil, da Pastoral da Criança e da Pessoa Idosa, ambas fundadas pela forquilhinhense. Na ocasião, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lírio Rocha, falou que “Doutora Zilda foi uma servidora, deixando esta preciosa herança para a igreja e para o mundo. Sua perseverança tinha motivações muito profundas na fé, na vivência do Evangelho, no amor, é a mais bela ação concreta da evangélica opção pelos pobres”, anunciou. “Contamos agora com a sua intercessão junto à mãe. A senhora foi a maternidade de Deus, um dom de Deus dado à igreja e ao Brasil”, completou.

Na família, o sentimento de consternação foi unânime. E uma pergunta se fazia presente entre os integrantes. Quem receberia a querida missionária no céu? O bispo dom Alselmo Sândalo Bernardino respondeu. “Zilda partiu do Haiti para a casa do Pai. Profetiza da esperança e mulher notável, cidadã do mundo, vibrante discípula de Jesus, sempre anunciou a vitória da vida sobre a morte. Abraçou com entusiasmo a recomendação do apóstolo São Paulo: ‘Sejam alegres na esperança, firmes da tribulação, presentes na oração’”.


CELEBRAÇÕES - Uma celebração especial será realizada neste sábado, na igreja Matriz de Forquilhinha, para relembrar os três anos de morte da médica missionária. A cerimônia será às 18 horas. Conforme o frei Carlos José Korber, é importante lembrar a mulher tão especial que Zilda foi. “Eu a conheci em Curitiba e notei, já naquela época, o quanto ela era diferente. Dedicada, generosa, sempre sorridente, alegre e feliz. O seu interesse pelas crianças fez o mundo inteiro conhecer um dom de Deus maravilhoso”, completa.


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