Vantagens e oportunidades abertas pela internacionalização, como parcerias estratégicas firmadas com outros países, foram apresentadas no Intercon Acic – Conexões para Negócios Internacionais – na noite desta quarta-feira, dia 24. Entre os cases regionais fizeram parte duas empresas de Içara: Minamel e Tati Albino Modeladores.
“Não é porque a empresa é pequena que vão existir barreiras para a exportação. Precisamos tirar esse medo de atravessar o oceano”, aconselha a empreendedora Tatiane da Rosa Albino, que apostou na autoestima feminina para criar a primeira cinta modeladora, a semente para um negócio que rompeu fronteiras.
“Pessoas de outros países viram meus produtos e quiseram comprar, isso com seis meses de empresa, quando ainda não tinha a indústria. Não sabíamos como fazer, mas queríamos vender. A primeira venda para fora do país foi feita pelo Exporta Fácil, dos Correios. Eram vendas esporádicas. Em 2018, decidi montar uma empresa em Portugal. Abrimos um centro de distribuição e hoje já estamos em mais de 20 países. Não sei quais serão os próximos passos, mas quero que a nossa cinta chegue ao mundo todo”, almeja.
Para a Minamel, exportar foi o caminho para driblar as dificuldades encontradas no Brasil, onde o consumo de mel per capita é reduzido. “Estávamos buscando alternativas para vender o mel, porque não conseguíamos escoar a produção no mercado interno. Veio essa oportunidade, com um mercado muito maior do que imaginávamos. A internacionalização foi boa para o mercado interno também, porque trouxemos ideias, novidades lá de fora”, considera Guilherme Castagna, diretor da empresa.
As vendas ao exterior começaram em setembro de 2000, para a Alemanha, com a companhia içarense tornando-se pioneira em exportações em grande quantidade. “Até hoje fazemos a venda a granel, que vai para envasadores nos Estados Unidos e na Europa ou para indústrias que utilizam o mel em seus produtos. A partir das exportações, houve um aumento expressivo na produção”, aponta.
O volume exportado cresceu ao longo dos anos, sendo o pico registrado em 2020, quando alcançou 4,6 mil toneladas, o equivalente a 10% do exportado no país. Este ano, até julho, foram 2,7 mil toneladas, 12% da exportação de mel no país, e a estimativa é superar 4,7 mil toneladas.
Balança comercial
Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o volume de exportações realizadas por empresas içarenses entre janeiro e julho chegou a US$ 39.011.795, ultrapassando o obtido na soma dos 12 meses de 2019, quando ficou em US$ 35.475.293.
Com US$ 12.089.271 negociados, os insumos para as indústrias da cerâmica, do esmalte e do vidro lideram a lista de produtos exportados em 2022 por empresas de Içara. A seguir, vêm o mel natural, com US$ 9.868.466, e os reboques e semirreboques para veículos, com US$ 9.592.817.
Em importações, foram US$ 15.687.324 negociados nos sete primeiros meses do ano. Assim, a balança comercial de Içara acumula superávit de US$ 23.324.471 até julho, também acima do saldo de US$ 20.345.373 alcançado durante o ano de 2019.
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