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Economia

Como manter os empresários dispostos a investir?

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Empreender é a arte de resistir, mas é inegável que os abalos ao setor produtivo provocados pela crise do coronavírus têm feito muitos empresários rever sua posição e decidir sair do mercado. Primeiro, foi preciso lidar com a suspensão de atividades e agora, mesmo com a retomada, as operações ainda ocorrem com restrições. Com o faturamento comprometido, e ainda sob o risco de um enorme passivo trabalhista, o que pode ser feito para manter as empresas abertas e os empresários dispostos a investir?

Entendo que é preciso uma sinalização clara dos governos, municipais, estaduais e federais, no sentido de dar segurança jurídica ao setor produtivo, e um apoio efetivo do poder público, que vai além de prorrogar o vencimento de impostos, taxas e obrigações (só postergando e acumulando as dívidas), e da promessa de linhas de crédito especiais, atualmente muito aquém do necessário.

Entidades
Por outro lado, as entidades de classe se esforçam para manter o ânimo dos empreendedores. A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), por exemplo, lançou a campanha “Em frente, SC”, com uma linha proativa, inspiradora e que motiva pessoas, entidades e empresas a seguirem adiante. Liderando o movimento localmente, a Associação Empresarial de Içara (ACII) desenvolveu dez ações no “Em Frente, Içara”. “Neste momento faz-se necessária a união de todos para enfrentarmos grandes desafios. Temos que retomar nossos negócios, respeitando a segurança e saúde de nossos colaboradores e clientes”, ressalta a presidente da ACII, Adriana Mara de Oliveira.

Inovação
Segundo Adriana, a campanha convida o empresariado local a inovar, transformar, reinventar e criar oportunidades em seus negócios, motivando-o neste processo de retomada, aceleração e manutenção. “E o mais importante: fazer todos enxergarem que isso tudo é um movimento e que ninguém está sozinho!”, enaltece. “É preciso retomar as rédeas, recuperar e reinventar os negócios, criar novas oportunidades e fazer a economia girar novamente”, defende o presidente da Facisc, Jonny Zulauf.

Ações
As ações da ACII envolvem uma pesquisa de impactos junto às empresas; cursos de educação preventiva gratuitos; atualização do Banco de Talentos; participação no movimento solidário Juntos de Coração; criação do Projeto Reversão de Crise, com orientações jurídicas, administrativas, comerciais e de marketing; participação em discussões econômicas em reuniões, por videoconferência, para a liberação de crédito, garantias das atividades empresariais e outros assuntos do setor produtivo; negociação para a prorrogação de impostos; engajamento no movimento de valorização das empresas locais; realização de projetos para promoção do desenvolvimento socioeconômico sustentável; capacitações.

Confiança
E as entidades representativas precisarão mesmo suar a camisa para reduzir os impactos da pandemia junto ao setor produtivo. Segundo a pesquisa mensal feita pela Fecomércio SC, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio de Santa Catarina (ICEC) comprova que a percepção está bastante abalada diante do ambiente de incerteza. Após registrar por três meses seguidos as maiores variações da série histórica, o índice ficou em 114,9 pontos em abril, queda de 13,93%. Esse movimento aponta uma tendência de reversão do otimismo observado anteriormente. O subíndice que teve a maior variação foi a Expectativa da Economia Brasileira, que despencou -23,16% na passagem do mês. Para analisar o humor do mercado e as prospecções, o indicador leva em consideração a situação atual da economia, do setor e das empresas do comércio, nível atual e futuro de investimentos, situação dos estoques, entre outras variáveis.

Variação
Os indicadores econômicos estão oscilando de forma global desde o início da pandemia do Covid-19 e os reflexos negativos da crise sanitária e econômica apareceram rápido no comportamento do catarinense. Os demais índices apurados pela Fecomércio SC também registraram variação significativa em abril: o percentual de endividados passou de 51,5% para 49,2% e a intenção de consumo das famílias, fortemente impactado pela quarentena, recuou -7,6%.

Análise
“No momento, as medidas mais importantes para conter a queda no consumo e, consequentemente, a confiança do empresário são as políticas de manutenção do emprego e da renda, assim como a ampliação do crédito que possibilite reduzir taxas de juros e o risco de inadimplência. No âmbito das empresas, será preciso entender as alterações no comportamento do consumidor e se adaptar rapidamente às novas formas de se relacionar com ele. É um momento de mudança cultural drástica e as soluções virão do espírito empreendedor catarinense”, avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

Consumo
Com as medidas emergenciais de isolamento social, suspensão das atividades e insegurança em relação ao emprego e renda, o consumo passou a ser ainda mais cauteloso. A Intenção de consumo das famílias (ICF) de abril ficou em 106,9 pontos numa escala de 0 a 200. O subíndice ‘Momento para duráveis’, que mede a intenção de comprar um bem durável, caiu 10,0% no mês e 17,0% no ano, e o acesso ao crédito recuou -9,1% e -10,3%, respectivamente. Conforme a leitura da Fecomércio, caso nenhuma ação efetiva seja adotada, a perspectiva para os próximos meses é de maior restrição no acesso ao crédito, especialmente ao consumidor, com aumento generalizado das taxas de juros. O índice pondera uma série de fatores – situação e a perspectiva de emprego, renda, acesso ao crédito, nível de consumo e condições de adquirir bens duráveis – para medir a capacidade de consumo das famílias.

Endividamento
Com o consumo congelado, o endividamento também caiu em abril, uma vez que o índice é um termômetro da atividade econômica. A inadimplência recuou (15,3%) em abril em relação a março (19,2%), porém está próximo ao percentual do ano passado (15,7%). O cartão de crédito continua sendo o principal agente do endividamento. Em abril foi responsável pela maioria das dívidas (75,8%) – o maior índice desde abril de 2019.

Campanha
Também de olho no comportamento do consumidor, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado (FCDL/SC) lançou a segunda etapa da campanha “Valorização ao Comércio Local”. Diferentemente da primeira fase, que foi voltada ao empreendedor e à elevação da autoestima dos comerciantes, agora as peças publicitárias são focadas na comunicação com os clientes.