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Economia

El Niño causa perda de R$ 1,4 milhão na agricultura e pecuária de Içara

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O ciclone que atingiu o sul de Santa Catarina na última semana colocou mais algumas gotas de água em um copo que já estava cheio. A perda com os efeitos do El Niño chegam a R$ 1,4 milhão na agricultura e pecuária de Içara. “O problema não foi somente um dia, mas um mês inteiro de pouco sol e muitos dias de chuva”, sintetiza o engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Luiz Fernando Búrigo Coan.

Além do impacto no desenvolvimento das lavouras, as condições meteorológicas atingiram também a colheita. “Com a mecanização, as máquinas não entraram nos terrenos alagados. Isto ocorreu com o feijão, o milho e a soja. Já no hortifrúti, plantas como o alface apodreceram em contato direto com a água”, explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Içara, Jair Hercílio De Stefani.

Apicultura produz 160 toneladas a menos

Na pecuária, os dias chuvosos reduziram as áreas de pastagens acessíveis aos gados e provocaram a diminuição de 20% na produção de leite. Mas o maior impacto ocorreu na apicultura. Aproximadamente 160 toneladas de mel deixaram de ser colhidas em Içara. São R$ 810 mil a menos na economia local. “Em dias de chuva as abelhas não saem da caixa. Além disso, a água da chuva lava o néctar das flores dos eucaliptos”, explica Luiz Fernando.

A condição de umidade que o El Niño provoca no outono representa risco também a saúde das abelhas. “Com a chuva, a abelha não sai da caixa para fazer o seu voo de limpeza. Por isso aumentam pragas como a varroa. Os apicultores precisam monitorar as colmeias e quando perceberem a necessidade devem utilizar os produtos permitidos na produção orgânica para que não ocorra a proliferação de fungos e bactérias”, pontua.

Perdas no campo em Içara
105 toneladas (1750 sacos) de feijão
237,6 toneladas (3960 de sacos) de soja
180 toneladas (3000 sacos) de milho
36 mil litros de leite a menos

Efeitos do El Niño próximos do fim

O El Niño decorre do aquecimento anormal do Oceano Pacífico Equatorial. O aumento da temperatura do oceano e o enfraquecimento dos ventos mudam os padrões de transporte de umidade e portanto a distribuição das chuvas em regiões tropicais. Conforme o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, os efeitos devem continuar até junho, quando a expectativa é que retorne a neutralidade.