A psicologia é minha área de formação, com foco na abordagem cognitiva comportamental e neurociência cognitiva. É sobre essa lente que vou tratar então o pensamento crítico no mundo do trabalho.
Em poucas palavras, qualquer ciência tem um lado subjetivo, interpretativo, mas esse ponto é de fundamental importância na psicologia, porque a pesquisa psicológica frequentemente envolve tópicos e problemas que se relacionam diretamente às preocupações e comportamentos cotidianos das pessoas.
Geralmente, o pensamento crítico está relacionado com o que questionamos de forma efetiva as afirmações de modo geral, ao invés de aceitarmos como verdades absolutas. Segundo Souza (2021) um pensador crítico apresenta cinco atitudes mentais:
Flexibilidade e ceticismo saudável – Significa que os pensadores críticos estão abertos em ouvir e analisar evidências apresentadas por outros sujeitos ou grupos, contudo, de forma cética, colocam na balança de forma racional se as evidencias fazem sentido ou não, vindo ao encontro da atitude dois.
Exame - os pensadores críticos examinam minuciosamente tais evidências, sendo capazes de identificar opinião de informação.
Holismo – Gostam de analisar pontos de vistas diferentes, tantos científicos quanto pessoas, baseando-se nas crenças de cada indivíduo.
Autoconhecimento Cognitivo – É baseado na conceitualizacão da psicologia cognitiva comportamental, ou seja, cada sujeito possui uma visão de mundo e algumas pessoas podem apresentar certas distorções, o que é imprescindível.
Reflexivo - Um pensador criativo não deve dar respostas imediatas de forma impulsivas. Segundo a psicologia cognitiva, entre a intenção e a ação há um abismo chamado emoção que precisa ser ressignificado. Ou seja, antes de agir ou dar um resposta, é necessário analisar a intenção da resposta, com vistas nas possíveis consequências de suas ações .
Em segundo lugar no ranking das Softs Skills de 2020, o pensamento crítico é uma habilidade imprescindível nas formações de indivíduos mais objetivos, realistas e conscientes. Promove apoio racional na tomada de decisão, ou seja, o sujeito faz uma avaliação minuciosa de acordo com a situação, analisando de forma racional os detalhes de cada situação, sem emitir resposta imediata ou por impulso emocional, visando à resolução do problema.
Segundo a neurociência, quando analisamos algo minuciosamente, nossa razão, ou seja, nossos pensamentos são questionados e evidenciados, pois segundo Dobson (2006), nosso aparelho cognitivo é composto de uma tríade:
- O pensamento (razão) afeta o comportamento;
- O pensamento pode ser monitorado e alterado;
- A mudança comportamental desejada pode ser efetuada por meio da mudança da razão ou do julgamento.
A especialista no assunto, Giedre Vasiliauskaite, da pós-graduação da Universidade de Rotterdam, em entrevista a EXAME.com. define esta como a competência do século 21. Na segunda posição do ranking para 2020, esta era a quarta habilidade mais destacada nas previsões do Fórum para 2015.
Pensamento estruturado, capacidade de comunicação clara, habilidade de fazer as perguntas certas, de reconhecer o problema atrás do problema e de olhar para uma questão sob diferentes perspectivas define o conceito de pensamento crítico.
Referências
- DOBSON, Keith S. Manual de Terapias Cognitivo-Comportamentais-2. Artmed Editora, 2006.
- SOUZA, R. V. C. de. Soft Skills: As competências Sócioemocionais do mundo do Trabalho Criciúmas- 2021.
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