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Política

Jovens pintam a cara contra Renan

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“Basta de leis fracas! Basta de ladrão! Juntos, somos fortes contra a corrupção”, bradavam aproximadamente 40 jovens na tarde de domingo, em frente ao Estádio Heriberto Hülse, em Criciúma. Com rostos pintados, faixas, cartazes, máscaras, narizes de palhaço e megafone, o grupo manifestava-se contra o novo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros. O manifesto aconteceu simultaneamente em diversos países e estados brasileiros, pedindo o impeachment (afastamento) do político, que é acusado pelo Ministério Público por crimes de desvio de dinheiro público, falsidade ideológica e uso de documento falso.

O protesto se chama “Fora, Renan” e, embora seja similar ao “Fora, Collor” que ocorreu em 1992, não foi, dessa vez, induzido pela grande mídia nacional, mas foi organizado por jovens cidadãos comuns, sem envolvimento com política partidária. Entre os cartazes, mensagens como “Ou o Brasil derruba Renan, ou Renan derruba o Brasil” e “Se o povo não vier para rua, a festa continua”.

Segundo um dos manifestantes que conduzia os gritos de protesto no megafone, o músico Alexandre Marcílio, de 25 anos, a maioria dos jovens ali não se conhecia. “Até conheço alguns, mas a maioria apenas confirmou presença no Facebook e compareceu trazendo cartazes”, comenta o rapaz. Segundo ele, a quantidade de jovens parece pouca, mas já é um começo, “e cada jovem desses, com certeza, participará dos próximos protestos e agregará mais gente. Este manifesto é apenas um passo dos vários quilômetros que temos que caminhar para melhorar o país, mas é de passo em passo que chegaremos lá. Muitas pessoas ainda estão acomodadas, não protestam, muitas têm vergonha. Mas não podemos deixar que os sem-vergonha corruptos fiquem impunes”, declara.

A passeata também teve um momento de concentração em frente a um bar perto do estádio em que estavam muitos torcedores. Ao verem o protesto, os torcedores irromperam em aplausos ao grupo de dezenas de caras-pintadas que clamam por justiça no país. Um dos torcedores, o metalúrgico Felipi Comin, apoiou o manifesto, mas não estava muito confiante de que surtiria algum efeito. “Não sei do que o Renan está sendo acusado, mas sei que tem a ver com corrupção”, comentou Comin.

Outro torcedor, o mecânico Rodrigo Donato Velho, conta que sabe o porquê dos protestos e que é a favor de qualquer ato contra o corrompimento moral na política. Já o engenheiro de processos Luiz Fabrício Torres fez questão de opinar que toda forma de expressão contra a corrupção é válida e que a justiça precisa ser feita. “Se for comprovado que o Renan realmente desviou dinheiro público ou outra coisa, ele deve sim ser cassado e pagar pelos crimes”, ressalta, confessando que nunca pensou em protestar dessa forma, até porque, segundo ele, compromissos com trabalho e a correria do dia a dia acabam interferindo nesse processo.

Além de Criciúma, em Santa Catarina participaram as cidades de Florianópolis, Chapecó, Balneário Camboriú e Jaraguá do Sul. Pelo Brasil, integraram o manifesto sete cidades de São Paulo, Pelos e Porto Alegre no Rio Grande do Sul, além de dezenas de outras cidades do Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, Sergipe, Pernambuco, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Distrito Federal, Ceará, Bahia, Amazonas, Alagoas e Acre. No exterior, participaram comunidade de brasileiros de Dublin, na Irlanda, Lisboa, em Portugal, Paris, na França, Auckland, na Nova Zelândia, e Melbourne, na Austrália.


A advogada carioca Alessandra Andrade fez parte do manifesto em Paris e ficou chateada com a pouca adesão da comunidade brasileira lá. “Somente 14 pessoas compareceram. Ok, estava nevando, mas isso só me fez confirmar o que eu já sabia: brasileiro é um povo acomodado. Reclama, reclama, mas não quer fazer nada para mudar. Se fosse um bloco de carnaval, certamente estaria lotado!”, desabafou a brasileira. A Federation Square, em Melbourne, na Austrália, teve até uma decoração com os protestos. Em Auckland, a brasileira Aline Paiva conta que um pouco mais de uma dezena de brasileiros protestaram também com cartazes com dizeres em Inglês “Imite o Papa, Rena: Renuncie”.


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