Entre as inúmeras situações de violência sofridas pelas mulheres está o assédio no trabalho, a falta de liberdade na rua e a falta de ajuda nos afazeres domésticos. Somente em Içara, o número de atendimentos realizados pelo Centro de Referência Especializado em Assistência Social em relação à violência contra a mulher é de 60 a 70 casos. É maior que em cidades consideradas polos no Sul de Santa Catarina, como Criciúma e Tubarão. Mas a explicação para isso é que em Içara os mecanismos possuem ampla divulgação.
Um programa humorístico de televisão que traz um dia de mulher. Esse foi o cenário da peça teatral encenada no Salão Paroquial São Donato na tarde dessa terça-feira, dia 21. A encenação alusiva ao Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher, do Grupo Detalhes, de Blumenau, retratou a realidade de um assunto sério: a violência contra a mulher. Essa violência muitas vezes parece inofensiva, considerada como normal, mas gera muito sofrimento à vítima, que reflete na vida social, familiar e profissional.
“Muito importante a grande participação que houve de mulheres neste evento, que tem como objetivo mostrar as formas de violência que são sofridas no dia a dia e ao mesmo tempo as formas de se proteger, com notificação nos serviços de atendimento às vítimas. Um momento de informação através do teatro”, descreve a coordenadora do Creas em Içara, Lúcia Pizzetti.
“Ainda precisamos avançar em relação à violência contra o gênero feminino, mas no município, as vítimas encontram uma rede de apoio e de proteção à mulher que tem algum direito violado. Nos colocamos à disposição para ajudar e amparar todas as mulheres, por meio dos serviços da secretaria,”, ressalta a secretária de Assistência Social, Jaqueline dos Santos.
“Em Içara as mulheres estão mais empoderadas e procuram mais os serviços. E o município tem diversos serviços sendo oferecidos para garantir a proteção da mulher. Isso é algo que tem que ser bem aproveitado, porque tenho participado e a gente não pode dizer que Içara não está atendendo os nossos anseios. Os serviços existem, basta a gente ir atrás”, orienta a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Içara, Maria da Graça Pavei.
“Com relação à violência doméstica no município de Içara, posso dizer que isso é algo que vem crescendo a cada dia, mas também em proporção à população”, considera o delegado Rafael Marin Iasco. Ele enaltece a Lei Federal 11.340, conhecida em todo o país como a Lei Maria da Penha, promulgada em 2006. Ela estabelece uma série de dispositivos que aumentam o rigor na punição a crimes praticados contra as mulheres.
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