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Opinião: Onde cabe tanta dor?

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Onde cabe tanta dor? No peito? Nas lágrimas? Na Via Láctea? Ou em todo o universo? Difícil responder, pois é difícil saber qual o tamanho da dor. Dor de amor? Dor de um tombo? Dor de perder... Perder um amigo, a namorada, o filho.

Vestir a melhor roupa, se olhar no espelho, dar um último retoque no cabelo ou na maquiagem, pensar se vai agradar as pessoas que estarão à sua volta, dar um beijo rápido na bochecha da mãe, um tchau de longe para o pai, sair rápido, por que os amigos já estão esperando para partir, e nem escutar direito o “se cuida meu filho” que sua mãe insiste em dizer todos os dias, todas as noites, todos os momentos que vocês dois estarão longe um do outro, mas você nunca compreende o motivo.

Você nunca pensa que aquela pode ser as últimas palavras de sua querida mãe, e que o tchau ou o pedido de dinheiro pode ser o último diálogo que você terá com o seu pai. Aliás, quantas coisas seus pais falam que não faz sentido para você? Você pensa: “daqui a pouco estarei com eles novamente. Para que tanta preocupação? E também, é só me ligar que eu atendo.”

Mas e se seu telefone desta vez tocar sobre o seu peito e não mais no seu bolso? Se a música que você tanto gosta a ponto de escolher para ser o toque de seu celular desta vez ecoar por várias e várias vezes no meio de estranhos que não sabem se atendem a ligação de seus pais? E se seu telefone tocar, tocar, tocar e você não atender? E se você nunca mais atender as ligações de sua preocupada e atenciosa mãe? Se isso acontecer, é porque você nunca entendeu o “se cuide meu filho”, que ela insiste em dizer.

*Relacionado ao incêndio de Santa Maria (RS).