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Cotidiano

A.A. reabre grupo no Rincão

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Mentir, beber, brigar e outros tantos verbos negativos fazem parte do dicionário da maioria dos alcoólatras. Porém, a realidade pode ser modificada. Esta é a meta do mais novo grupo de Alcoólatras Anônimos de Içara. Desde sua reabertura, em novembro de 2007, mais de 15 pessoas já iniciaram o tratamento no Balneário Rincão.

O grupo estava inativo há mais de 10 anos. A idéia de voltar com os encontros surgiu dos próprios doentes. Eles foram em busca de exemplos nos grupos de Içara e Criciúma. O verão foi uma divisória nessa história. Durante essa época, doentes de outras cidades passaram a freqüentar as reuniões no Rincão. Eram pessoas que já encaravam o problema como uma doença. Alguns foram excluídos pelos próprios amigos. Ao perceberem que o companheiro de trabalho havia bebido, os colegas o mandavam embora. Foram casos como esse que os integrantes do Rincão conviveram. Pessoas que deixaram de viver a realidade para viver sob alucinações. A troca de experiências assustou muitos dos integrantes. Eles acordaram para uma nova visão de vida. A afirmação é dos próprios doentes. Ao serem questionados pelo Agora, eles preferiram se manter no anonimato. Porém, nenhum deixou de dar o seu depoimento.

Através de grupos de apoio, o alcoólatra consegue se libertar do vício. Cada dia sem ingerir bebidas alcoólicas é uma batalha vencida. Aos poucos se percebe que há quase uma guerra vencida. Os novos adeptos dessa luta se reúnem todas as sextas-feiras, a partir das 20h, na subprefeitura do Balneário Rincão. Lá, experiências são trocadas. “Minha mulher não acreditava mais em mim. Mentia descaradamente. Dizia que ia comprar cigarros e acabava nos bares da cidade”, conta um dos participantes do grupo, que preferiu ter como codinome João.

A sistemática do grupo acontece, como o próprio nome já diz, no anonimato. Cada doente é livre para falar o que deseja. Pode contar a sua história ou relatar como está a batalha contra o alcoolismo. Porém, tudo o que acontece dentro do Alcoólatras Anônimos não deve ser relatado fora das reuniões. “É preciso escutar muito, prestar atenção e converter os fatos em lição de vida”, comenta outro participante.

“O maior problema é dizer que só bebe socialmente. A maioria das pessoas acha que não fica bêbada e chata. Elas mentem para si mesmas, como eu fazia”, destaca João. “Vou seguir lutando por cada dia. Se pensar no futuro é fácil de ter uma recaída, pois acabarei acreditando que posso parar de beber amanhã”, completa.

O problema enfrentado no Rincão não é exclusivo da região Sul. Em todo o Brasil, calcula-se que 90% da população já usaram álcool. Dessa parcela de brasileiros, 12% tem, frequentemente, atitudes provenientes de embriagues. Nos jovens, a doença geralmente inicia por causa da desculpa de que o álcool diminui a timidez.


HISTÓRIA DO ALCOÓLATRAS ANÔNIMOS

Conforme a Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil (uma espécie de direção central dos grupos), o Alcoólatras Anônimos é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo.

O grupo foi iniciado nos Estados Unidos. As barreiras de distância foram rompidas. Não há taxas para serem pagas, nem mesmo uma norma escrita a ser seguida. A única orientação é que os participantes enxerguem o problema como uma doença. A bebida alcoólica deve ser visualizada como uma droga.

Além dos encontros pessoais, há também grupos que debatem o tema pela Internet. O site da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos (www.alcoolicosanonimos.org.br) disponibiliza links de salas de bate-papo sobre o tema.