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Cotidiano

Anônimos buscam se livrar do álcool

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“Por volta dos 16 anos comecei a tomar cerveja por brincadeira, por ver os outros beberem. Era apenas um gole. Só que com o passar do tempo foi saindo do controle. Bebi por mais de 30 anos e isto, atrapalhou tudo, família, trabalho, a sociedade em geral. Teve uma época em que eu bebia 3,5 litros de cachaça por dia. Inclusive, uma época em que eu não tomava banho e não comia. Vivia do bar para casa e de casa para o bar. O álcool só me trouxe desgraça”. Desta forma que Sebastian (nome fictício) resume parte da vida em função do álcool. O vício somente acabou após a sua participação nos Alcóolicos Anônimos, onde está há cinco anos e quatro meses.

O convite partiu de um amigo advogado, mas ainda relutou por uns três meses. “Depois disso, acabei entrando e digo que se não fosse o grupo, provavelmente eu já teria morrido. Eu estar vivo para contar a história para os outros foi um milagre, o maior presente que já recebi”, conta. “Depois que entrei no Alcóolicos Anônimos minha vida mudou totalmente. Não faço mais ninguém sofrer, porque o alcoólatra prejudica a vida de todas as pessoas que estão ao seu lado, principalmente aqueles que o amam. Hoje consigo ter o alimento, consegui comprar uma moto, hoje consigo viver”, pontua.

Para ele, a principal mudança neste período de recuperação foi à conquista do respeito. “Depois que eu entrei no Alcóolicos Anônimos, a sociedade me viu com outros olhos. Antes meu apelido era vadio, sem vergonha e tudo o que a gente não gosta de ouvir. Hoje consigo conviver com todo mundo, inclusive as pessoas agora me chamam pelo meu nome”, relata.

Em Içara, as reuniões acontecem todas as segundas-feiras no Centro Pastoral das 20h às 22 horas. Atualmente, o grupo Estrela Dalva conta com uma média de oito participantes por encontro. “A reunião é aberta e qualquer um pode participar. Basta ter o desejo. Lá não tem discriminação, todos são companheiros. O que a pessoa é lá fora, não entra na sala de reunião”, informa Sebastian. “Nós somos nosso próprio psicólogo, nosso próprio médico. Um ajuda o outro para que todos consigam se manter fora dessa doença que nós adquirimos”, comenta.

Não há cobrança de taxa para a participação no grupo. “Nos mantemos por contribuições de nós mesmos. Só que, colabora somente aquele que tem condições para isso. Se não tem, não precisa colaborar. Vai continuar igual a todo mundo”, informou. Ainda segundo Sebastian*, embora em muitos a pessoa conquista a recuperação, há aqueles em que isso não é possível. “Muitas abordagens são realizada sem sucesso, mas o importante é que estamos levando a mensagem para os outros. Se um consegue se recuperar e manter fora do viciado, para nós já é uma alegria imensa”, destaca.