logo logo

Curta essa cidade!

HUB #IÇARA

Venha fazer também a diferença!

Comunicação + Conteúdo + Conexões

Acessar
Cotidiano

Casa da Cultura terá futuro decidido em julho

Compartilhar:

A Casa da Cultura Padre Bernardo Junkes aguarda uma restauração completa. A incógnita é se pode esperar mais tempo para isso. Parte das pinturas já se perdeu, possivelmente, por causa de gases no subsolo. No teto, o forro de madeira também dá sinais de que apodreceu com a umidade. No telhado, faltam peças. A cruz que ficava à frente do antigo templo pode ser vista apenas de uma das torres. Afinal, caiu. E por conta de tudo isso, o espaço que já foi de exposições está sem nem mesmo o acervo permanente disponível para visitação.

Numa semana chuvosa como a atual, o chão se enche de água. A água cai de goteiras e escorre das paredes como se os santos pintados estivessem chorando. Na entrada, em alguns momentos chega a encher a cuba uma vez utilizada para água benta. A antiga sacristia transformada em banheiro tem parte do telhado aparente por dentro do prédio. Uma luminária inclusive está prestes a cair. Os móveis antigos estão desbotados, mas ainda resistem. Já a mobília mais nova da cozinha começou a esfacelar. Se o tempo fecha, é preciso retirar o micro-ondas e colocar plásticos para evitar um estrago maior.

“Marcamos uma reunião com o engenheiro que fez o projeto de reforma do telhado para terça-feira da próxima semana. Queremos ver se podemos fazer etapas. Este é um trabalho que necessitará de uma equipe especializada já que é um patrimônio tombado. A reparação total da cobertura custaria cerca de R$ 80 mil. O modelo de telha utilizado não existe no mercado. Por isso será preciso elaborar o molde. Precisamos também da limpeza das calhas. Quanto ao banheiro, já solicitamos a retirada da luminária”, coloca a presidente da Fundação Cultural de Içara, Eliana Jucoski Monteiro.

A restauração das pinturas, no entanto, não há qualquer perspectiva do Poder Público. Para este trabalho já se dispôs a Paróquia São Donato. Na doação do imóvel, aliás, estava prevista a devolução caso a manutenção não fosse realizada. A proposta da Igreja é fazer do prédio septuagenário novamente um templo com os altares que compunham o ambiente, além dos restos mortais de Bernardo Junkes. Na falta da Casa da Cultura, o Município já tem inclusive projetada uma adaptação no centro de eventos da Fundação Assistencial de Içara para comportar as atividades até que a cidade tenha um centro cultural adequado.

“Faremos audiência pública no dia 15 de julho para definir de vez se vai ficar com o Município ou passar para a igreja. Não é um espaço adequado para auditório, teatro ou outras atividades. O tributo que financia a manutenção vem de pessoas de todas as religiões. Acho que temos que concentrar esforços em novo centro cultural. Aquele prédio foi construído para ser uma igreja. Se passar à paróquia, será restaurado para isso”, coloca o prefeito Murialdo Canto Gastaldon.

“O que as pessoas comentam é que o patrimônio não está sendo cuidado como deveria. Por isso acredito que a devolução é a melhor solução para que possamos preservar. A construção foi realizada pelo povo da igreja. É um espaço adequado para pequenas cerimônias como casamentos e batismos. Nada será perdido. Ficará para a comunidade”, coloca o bispo Dom Jacinto Inácio Flach. Ainda segundo ele, se a Casa da Cultura for transformada em capela, a existência de dois templos num mesmo pátio se tornará inédita em toda a diocese.

Confira mais 20 imagens
Lucas Lemos
Lucas Lemos
Lucas Lemos