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Cotidiano

Cinco fatores que aumentam as enchentes

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A inundação de ruas e casas registrada neste mês já é considerada a pior desde 1974 em Içara. Mas não é um caso isolado desde então. Em janeiro de 2009 algumas comunidades da cidade já sofreram consequências muito próximas. Primeiro os bairros centrais do município alagaram. Depois foram afetadas comunidades mais distantes, dentre elas, Vila Nova. Com enxurradas cada vez mais frequentes, já é possível identificar que as causas vão além das condições meteorológicas. A partir disso, é necessário estudar e colocar em prática o que pode ser feito para evitar.

Além do impacto em residências e prédios públicos, as enxurradas podem também afetar a economia. Afinal, atrair corporações para locais que possam sofrer alagamentos se torna mais difícil nestas condições. Na área industrial planejada para a comunidade de Esperança, por exemplo, alguns dos acessos ficaram debaixo d´água. “Vamos precisar estudar isso no Plano Diretor. Os trabalhos devem começar ainda neste ano”, indica o secretário municipal de Planejamento e superintendente da Fundação Ambiental de Içara, Eduardo Rocha da Silva.

E o que mais se pode aprender com tudo isso? O engenheiro da Prefeitura Municipal de Içara, Márcio Adelar Peruchi, observou um exemplo em Vila São José. “A água encheu um terreno na margem da SC-445. Como a drenagem era pequena, demorou para ocorrer o escoamento. Com isso evitou que os moradores do Loteamento Jussara fossem ainda mais prejudicados”, relata. O exemplo de uma bacia de contenção é apenas um entre tantos outros que podem surgir. Abaixo seguem algumas respostas e alternativas.

OCUPAÇÃO URBANA: A construção de edifícios sobre os rios, o aterramento de canais e a ocupação de áreas antes banhadas possibilita maior densidade urbana. No entanto, quando há enxurradas é comum que estas áreas sofram as consequências já que o fluxo natural foi interrompido. “É preciso que as pessoas respeitem o Código Ambiental com o espaçamento de pelo menos 30 metros dos rios e a preservação da vegetação. Se isto ocorresse, os alagamentos seria menores ou então não ocorreriam”, indica Eduardo.

IMPERMEABILIDADE: A pavimentação das estradas traz conforto aos moradores. Isto é indiscutível. No entanto, reduz a absorção da água no solo. Todo o volume acaba direcionado por tubulações. Nos pontos mais baixos da cidade, se tornam comuns então os alagamentos. “Na área central de Içara já é possível detectar a necessidade de um canal auxiliar para reduzir o fluxo de água nos locais que alagam. Em outros pontos as enchentes poderiam ser amenizadas com a criação de bacias de contenção”, relata o engenheiro da Prefeitura Municipal de Içara, Márcio Adelar Peruchi.

DETRITOS: Além da água, os sistemas de drenagem captam também lixo, terra e galhos. Por isso podem ser obstruídos e ter o escoamento de toda uma rua comprometido. Além da manutenção constante, é necessário que as pessoas tomem consciência de que lugar de lixo é na lixeira e não nas ruas. "A vegetação ciliar serve para garantir a estabilidade geológica na margem dos rios e funciona também como filtro. Sem ela, muitos detritos acabam nos afluentes e reduzem a vazão", indica também Eduardo.

FALTA DE ESGOTAMENTO: Numa casa com quatro pessoas o consumo médio é de 10 metros cúbicos de água ao mês. Isto significa uma média de 2,5 metros cúbicos por pessoa. Em Içara, são quase 50 mil habitantes. Ou seja, a cidade consome mais de 125 mil metros cúbicos. Após o uso, tudo isso vai para o esgoto. Sem um sistema de coleta e tratamento, acaba diretamente então nos rios e acrescenta um volume que não é natural.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: A degradação do meio ambiente, aumento no volume de gás carbônico na atmosfera, aumenta o buraco da camada de ozônio e causa tantos outros efeitos... Ou seja, a expansão populacional do planeta sem a preocupação com a sustentabilidade mexe diretamente no equilíbrio da Terra. “Com certeza isto altera o ciclo das chuvas e faz com que extremos climáticos fiquem cada vez mais frequentes”, pontua Eduardo.