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Cotidiano

Colombo prestigia início da Via Rápida

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A partir de hoje, iniciam as obras de pavimentação da rodovia SC-446, conhecida como Via Rápida, que tem como missão se tornar o corredor de desenvolvimento para Criciúma. Além de ser uma ligação mais rápida do município com a BR-101, o tempo previsto é de apenas nove minutos. A intenção é transformar a sua margem em parques industriais e atrair grandes indústrias. O governador, Raimundo Colombo (PSD), e o vice, Eduardo Pinho Moreira (PMDB), participarão do ato, às 17 horas, na rua Vereador Matias Ricardo Paes, no bairro Jardim Maristela, em Criciúma.

A rodovia terá cerca de 12,7 quilômetros de vias duplas, que iniciam na região da Grande Próspera, com dois acessos no perímetro urbano, e segue por 10 quilômetros até a BR-101, passando pelo município de Içara. O investimento será de mais de R$ 92,9 milhões, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A nova rodovia está incluída no Pacto Por Santa Catarina.

A construção da Via Rápida está dividida em dois lotes. O primeiro, que será construído na zona rural, ficou a cargo da Ivaí. Já a Setep será a responsável pela construção das duas alças de acesso no perímetro urbano. Uma delas passa pelo Batalhão da Polícia Militar, e a outra alça fica nas proximidades do depósito do Angeloni, no bairro Nossa Senhora da Salete. Desde o dia 14 de janeiro, quando foi assinada a ordem de serviço, as empresas estão no trecho, com a construção dos canteiros de obras e instalação da equipe de trabalho, que deve permanecer na região durante três anos, período previsto para conclusão da obra.

Na tarde de ontem, uma equipe arrumava o local onde será feito o ato de início das obras. O engenheiro do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Mauricio Mafra, e o chefe de gabinete Fernando de Fáveri estavam no local acompanhando os últimos detalhes. “Agora, não há mais nenhum impedimento, a Via Rápida vai sair do papel”, anunciou Fáveri.

O trajeto da SC-446 parte da principal via do município, a avenida Centenário, e faz intersecção com o anel viário do município, além da Primeira, Segunda e Terceira Linha. Também terá ligação com a Ferrovia Tereza Crisitina, onde será construído um porto seco para estabelecer a conexão entre os dois meios de transporte. De acordo com o presidente do Deinfra, engenheiro Paulo Meller, para a execução da Via Rápida o Estado investirá acima dos R$ 100 milhões, incluindo as desapropriações de terras. Os recursos para a execução das obras estão garantidos.

Criciúma é o município mais populoso da região Sul, com 192 mil habitantes, e o quinto do Estado. O município e seu entorno representam um polo industrial na extração mineral, indústria de plásticos e descartáveis, indústria química, metalmecânica, confecção e cerâmica, gerando grande tráfego rodoviário na região. A Via Rápida pretende desafogar as demais vias urbanas, que hoje caminham para seu esgotamento.

A Associação Empresarial de Criciúma (Acic) considera a Via Rápida um marco para o desenvolvimento da região Sul. A rodovia é uma bandeira que a entidade tem lutado desde o seu projeto, buscando junto ao Governo do Estado a sua viabilização. O presidente da Acic, Olvacir Bez Fontana, esteve pessoalmente empenhado, ainda como secretário de Estado de Planejamento, em 2006. Como diretor e mais tarde já na presidência da entidade, Fontana manteve a busca pela realização da obra, que permitirá um novo eixo de desenvolvimento para o município. “Destaco a importância especial dos nossos empresários, que se envolveram na luta por esta obra, mostrando a força que temos de buscar e cobrar os nossos pleitos”, resume Fontana.

Um grupo de famílias vive dois sentimentos opostos em relação à construção da Via Rápida. Não se manifestam contrárias ao desenvolvimento, mas exigem que seus casos sejam analisados. Essas famílias possuem casas ou terrenos por onde passará a nova rodovia, porém, a indenização ainda não foi efetuada.

O Deinfra coloca que o problema está na falta de documentos legais e enfatiza que a verba está depositada em juízo. Porém, algumas destas famílias vivem uma angústia ainda maior. “Nunca procuraram a gente, na semana passada vieram ali e demarcaram, mas não vamos deixar entrar uma máquina sem que a indenização seja paga”, conta Luiza Pizetti Maria, proprietária de um dos terrenos. Ela e seus cinco irmãos herdaram as terras do pai. “Meu pai até queria vender, mas quando ficou sabendo que uma rodovia passaria por ali, guardou para isso, mas morreu e não chegou a ser procurado”, lamenta a proprietária. “Nós temos todos os documentos legais, pagamos o inventário, o IPTU, só estamos esperando que o Deinfra nos procure”, enfatiza.

Dona Luiza diz que nem ela e nem seus irmãos são contrários à Via Rápida, apenas querem que os seus direitos sejam respeitados. Quem compartilha da mesma opinião é Janete Pereira. “Ninguém aqui é contra o desenvolvimento”, conta. “Apenas quero a minha indenização, quero o dinheiro para poder comprar uma outra casa, só tenho essa propriedade, e sem a indenização não tenho para onde ir”, completa.

Janete conta que a sua propriedade não foi incluída na ação que tramita na Justiça, junto com os seus vizinhos. “Quando cheguei aqui, essa ação já estava no fórum, mas tenho todos os documentos”, garante. “Só quero uma definição, assim não posso nem terminar a construção da minha casa”, desabafa. Luiza e Janete são moradoras do bairro Ana Maria. O Deinfra, por vez, é categórico ao afirmar que as desapropriações restantes não irão atrapalhar o andamento das obras.


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