Junto com a 62ª Festa de São Donato inicia também a exposição étnica Quatro encantos. Concentrada na Casa da Cultura Padre Bernardo Junkes, ela reúne itens africanos, açorianos, italianos e poloneses. Cada povo colonizador foi agrupado na composição de ambientes que lembram uma parte do cotidiano que trouxeram do outro lado do Oceano Atlântico para as terras tupiniquins.
Dos africanos chegaram as vestimentas coloridas. Os açorianos desembarcaram com a produção de artesanatos. Já os poloneses e os italianos carregaram junto a gastronomia. Em comum entre tantos imigrantes estava a dança, música e a fé. A chegada ao Brasil ocorreu para que aqui pudessem prosperar. Uns foram para o campo. Outros criaram lojas. E assim Içara começou a se desenvolver.
Secretária da Associação da Cultura Açoriana de Içara (Acai), Elza de Mello apresenta alguns dos objetos mais antigos que a entidade conseguiu manter. Há, por exemplo, um barril de chopp de 1901 e uma caixinha de Flandres (porta-documentos) datada no século XVIII. "Os nossos materiais são patrimônios das famílias Pereira, Teixeira, Silveira, Fernandes e Mello. Esta é a primeira vez que reunimos o acervo para a Festa de São Donato", lista a professora.
Em 235 anos de colonização, uma parte dos costumes continua ainda viva por fazer parte da identidade de algumas famílias. Mas, além disso, também é mantida porque está inserida nas escolas. Isto através das oficinas de danças folclóricas. Na comunidade de Sanga Funda é desenvolvida a etnia açoriana na Escola Municipal José Fernandes. O ritmo afro movimenta jovens na Casa da Cultura, além do bairro Aurora e Balneário Rincão. A etnia italiana acontece na Escola Municipal São Rafael, em Terceira Linha. Já a dança polonesa ocorre na Escola Municipal Maria Arlete Lodetti, no Raichaski.
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