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Cotidiano

Índios percorrem Sul com ervas medicinais

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É migrando de uma cidade para outra, sem permanecer por mais de um mês em um local exclusivo, que quatro famílias descendentes de índios Tapajós vão levando a vida pelo Sul do Brasil. Antes de chegar a Içara, passaram pelas localidades de Torres e Sombrio. Até tomarem rumo ao próximo destino, ficarão às margens da Rodovia Paulino Búrigo (SC-445); próximo da subsecretaria de Políticas Sobre Drogas, na região central da cidade.

O jeito de vestir e viver do grupo é, muitas vezes, confundido com a cultura cigana. Mas apesar das semelhanças, eles trazem no sangue a descendência dos índios. “Não somos ciganos. Não vivemos de vendas de tapetes, panelas e coisas do tipo”, afirma o líder do grupo Joarez Galvão. “Somos ambulantes e vamos de cidade em cidade apenas para trabalhar. Lidamos com ervas medicinais e é isso que apresentamos e vendemos às pessoas. É tudo colhido da nossa terra, passado pela Fundação Nacional Indígena (Funai); para então sairmos nas ruas e vender”, afirma.

“Temos ervas para os mais diversos tipos de doenças, como reumatismo, sinusite, asma, bronquite, entre outras. Também trabalhamos com garrafadas”, destaca. Tudo é devidamente embalados com valor de venda a partir de R$5. O português pronunciado é perfeito devido a necessidade de comunicação com as pessoas que não pertencem à tribo. Mas entre eles, o dialeto é próprio, a língua Guarani. Além disso, devido à mudança constante de área, comodidade é algo que não parece ser ostentada por eles.

Segundo eles, cada qual tem sua casa, numa aldeia, em Tenente Portela, no Rio Grande do Sul. “Ficamos em cada uma por aproximadamente 20 dias e depois partimos. Antes de nos abrigarmos, sempre conversamos com o dono de algum terreno para saber se podemos nos fixar, claro que sempre preservando o local”, contou Galvão.

“Nossas barracas são de lonas grossas, temos gás, televisão e tudo o que se faz necessário para morar bem, apesar das pessoas acharem que não é confortável, mas é. E dinheiro desde que tenhamos saúde para trabalhar não é problema”, destaca outro membro da tribo, André Galvão. “Viver em barraca é comum para nós, já estamos acostumados. Isso é algo que levamos a vida inteira”, emenda outra integrante da família Luciana. “Essa é uma tradição que temos e é assim já há várias gerações. O futuro das crianças vai ser o mesmo que o nosso, é o nosso estilo e assim deve ser a vida inteira”, finaliza.