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Cotidiano

Opinião: Içara, a capital do lixo

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Conforme muito bem colocado na reunião da Câmara Municipal, nossa cidade está com a clara identidade de Capital do Lixo. O lixo representa hoje um dos maiores problemas do planeta e aumenta a cada dia associado a uma sociedade regida pelo consumo. Segundo o IBGE, no ano 2000 já havia produção de quase 230 mil toneladas de lixo diárias no Brasil.

Considerando que nos últimos 10 anos houve uma diminuição no nível de pobreza e um aumento considerável do consumo, pode-se supor que atualmente mais de 300 mil toneladas de lixo são geradas a cada 24h. O consumo derivado de melhores condições econômicas, a facilidade proporcionada pela economia globalizada, a industrialização e o aumento desenfreado dos produtos e embalagens descartáveis levam ao aumento dos rejeitos.

Com exceção poucos países, como Japão, Bélgica, Finlândia e Suécia, que investem pesadamente em sua redução, na maior parte do mundo o lixo aumenta de forma exponencial. Uma observação simples pode ser feita em casa, avaliando quanto volume de lixo é gerado. A reciclagem tem crescido em alguns pontos, mas é insignificante comparado com o volume de lixo gerado.

A reciclagem apenas chega a frações ínfimas do total de lixo produzido, especialmente quando sabemos que apenas uma parcela minúscula do lixo pode ser aproveitada para reciclagem pela tecnologia atual. Lembremos ainda que lixo tecnológico, hospitalar e biológico apresentam particularidades que os tornam ainda mais complicados do ponto de vista do manejo, bem como lixo tecnológico com metais pesados de toda sorte e componentes carcinogênicos. De um modo geral, há dois destinos: ou é incinerado ou enterrado. E nenhum destes destinos é bom para o planeta.

A incineração gera gases tóxicos lançados na atmosfera, partículas sólidas e ainda consome grandes quantidades de combustível que acaba gerando gases que contribuem para o efeito estufa. Os aterros sanitários, nome pomposo para lixo enterrado, é uma fonte de pragas, contaminação do solo e poluição de lençol freático. Mesmo que existisse uma fiscalização eficiente, ainda assim teríamos um grande problema ambiental e ao longo do tempo os lixões esgotam suas capacidades.

A utilização de espaços de antigos lixões tem provocado problemas como recentemente detectados no Shopping Norte em São Paulo. Há risco de explosão pelo acúmulo de gás. Ou seja, além da poluição visual, hídrica, de solo e atmosférica, acabamos ficando com extensas áreas inóspitas e condenadas. É impensável que uma cidade como Içara esteja aceitando resíduos de 15 municípios. Resta saber quem autorizou, quem defende esta situação e que benefícios pessoais estejam alcançando, pois certamente a cidade e sua população só tem a perder.