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Cotidiano

Preocupação constante e amor incondicional

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Inúmeras crianças vêm ao mundo diariamente no Hospital São José, em Criciúma. Todas elas trazem consigo a esperança da renovação, uma nova vida. No entanto, um nascimento mereceu atenção especial na última semana. O pequeno Davi, filho do casal Raquel e Valdir Lemes, foi pauta de discussões em âmbito estadual. Isso porque o bebê é o 15º filho, sendo que a mãe é uma jovem de apenas 35 anos. Nas rodas de conversa, dúvidas quanto ao controle de natalidade, se ainda é admissível uma família com tantas crianças, e as dificuldades encontradas para criar os pequenos. Mas, para a mãe, as perguntas não incomodam. “A gente evita de responder porque não vale a pena. Eu tenho muito orgulho dos meus filhos, minha família é linda”, defende.

O primeiro filho do casal veio quando Raquel tinha 13 anos. “Na época, eu nem pensava, não tinha noção de como seria. Levei um susto, mas decidimos morar juntos, o Valdir e eu. Dois anos depois, tivemos o segundo filho”, comenta a mãe. Quando a sétima criança nasceu, Raquel pediu a laqueadura pelo SUS, mas não foi atendida. “Falaram para eu esperar porque seria feito um mutirão. Mas o tempo passou e nada. Eu tomava anticoncepcional, mas como trabalhava a noite, acabava esquecendo”, explica.

Hoje, a filha mais velha já é casada. Os dois meninos que vieram posteriormente trabalham e ajudam na renda da casa. “Um deles viaja e o outro trabalha numa confecção. Eles têm 18 e 21 anos, e auxiliam muito nas despesas. Os outros, que ficam em casa e são mais crescidinhos ajudam a cuidar dos pequenos”, explica. Quando as aulas iniciam, a bagunça é geral. “Daí eles acordam cedo para começar a se arrumar. Às 6h30min, começam a levantar. Os meninos se viram, mas as meninas eu tenho que pentear o cabelo, deixar bonitinhas”, conta a mãe.

Cinco deles vão para a creche, e seis para a escola. Nesta época do ano, a preocupação é redobrada, por conta da compra do material escolar. Não bastasse isso, as despesas com alimentação são bastante relevantes. Tudo isso, com uma renda mensal de R$ 1.350, recebida por Valdir, mais a ajuda dos filhos mais velhos. “Não é fácil manter, às vezes eles pedem as coisas, mas não temos como dar. Diariamente gastamos um quilo de arroz no almoço. Esses dias fui na padaria comprar R$ 10 de pão, e o atendente disse que é bom levar para congelar. Ele não sabe que aquele tanto dá só para o café da tarde”, diz o pai.

A cesta básica que Valdir recebe na empresa onde trabalha ajuda com a alimentação, mas é pouco para tratar tanta gente. As compras são feitas só quando os produtos entram em promoção, e tudo é criteriosamente escolhido seguindo este pensamento. “Contamos com a ajuda de muita gente, que doa, principalmente, roupas para as crianças. Se não fosse por isso, não sei como seria. Não é fácil cuidar de tanto filho”, enfatiza Raquel.

Nenhuma das crianças ganhou presente de Natal dos pais. Só os menores foram contemplados com a lembrança dos padrinhos. “Eles pegam a bola, jogam por aí, andam de bicicleta. Quando está calor, fazem um revezamento para entrar na piscina plástica. É uma festa só”, diz a mãe. “No fim de semana passada fiz duas viagens de carro e levei nove deles para ir ver os aviões no aeroporto. Eles adoram. Ver eles felizes não tem preço”, diz o pai, visivelmente emocionado.

Cuidar dos 15, dando a eles o mesmo amor e carinho, dá trabalho. Mas os pais dizem ser muito gratificante vê-los crescendo felizes e sadios. Garantem ser crianças educadas, que nunca incomodaram a família e os vizinhos. “Era para ter 16 filhos. Há quatro anos, no entanto, um deles, que tinha apenas um aninho, faleceu de pneumonia. Foi triste, mas os outros nos dão a alegria de poder chegar em casa e ter com quem brincar, se distrair e sorrir”, avalia o pai. “Eles são os nossos orgulhos e em momento algum nos arrependemos de ter os 15”, completa Raquel.



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