logo logo

Curta essa cidade!

HUB #IÇARA

Venha fazer também a diferença!

Comunicação + Conteúdo + Conexões

Acessar
Cotidiano

Sem Banco de Olhos, doações são rejeitadas

Compartilhar:

Há menos de 15 dias Pedro Sorato Topanotti, de 16 anos, foi vítima de um acidente de trânsito. Ele trafegava de bicicleta pelo acostamento em Poço Oito quando foi surpreendido por um veículo que tentava fugir do congestionamento. Apesar da dor, a família tentou ajudar outras pessoas com a doação das córneas do garoto. Sem o Banco de Olhos em Criciúma, a boa ação não pôde ser realizada.

Conteúdo relacionado:
17/02/2014 » Moradores fecham Acesso Sul em protesto
10/02/2014 » Estudante morre atropelado de bicicleta


“Partiu da família a intenção de doar os órgãos do Pedro. Infelizmente as córneas eram os únicas com possibilidade para transplantar, mas fui avisado pelo Almir, do IML, que o Banco de Olhos não está funcionando”, fala o tio do adolescente, Volnei Topanotti. Para os familiares, a doação era uma chance de manter mais presente o adolescente. “É uma pena não ter dado certo. Seria uma extensão do que ele representou para nós e nos daria um certo alento”, resume.

“Em sete dias, o Instituto Médico Legal (IML) de Criciúma recebeu duas iniciativas de familiares para a doação de córneas. O primeiro caso ocorreu em 9 de fevereiro, com o óbito do jovem Pedro Sorato Topanotti, 16 anos; e o segundo, no dia 15 fevereiro, com o óbito de José Luiz Back Junior, 31 anos”, conta o vice-presidente do Banco de Olhos de Criciúma, Almir Fernandes de Souza. O gesto não é raro, mas a ausência de um local para conservação e preparo para transplantes é o maior obstáculo.

“Ambas as famílias, num ato nobre, manifestaram o desejo, mas ainda lamentamos na negativa da doação por causa da falta de um Banco de Olhos. O ultimo mês de captação foi em agosto de 2010. Naquele ano, foram efetuadas 26 doações e 52 transplantes, um recorde no Estado”, conta. “Somadas as perdas, desde setembro de 2010 até agora deixamos de realizar aproximadamente 195 captações e 390 córneas para transplantes”, resume. Enquanto isso, a fila de espera por córneas no Estado continua crescendo. Em janeiro de 2013, 493 pessoas aguardavam pelo transplante. Em dezembro do mesmo ano, a espera havia subido para 576 pessoas.

A implantação do Banco de Olhos de Criciúma depende do Governo do Estado (SC-Transplantes), Governo do Município de Criciúma e Hospital Santa Catarina. “O acordo e o local para o funcionamento do Banco de Olhos, no Hospital Santa Catarina, já foram definidos no final de 2012 e em novembro de 2013 transferidos os recursos do Estado para a secretaria Municipal da Saúde, para viabilização do processo de implantação”, lembra o vice-presidente. “Aguardamos a definição para a instalação do Banco de Olhos, e então aumentar este índice de captações, beneficiando pacientes da fila de espera para transplantes de córneas na região Sul e no Estado”, espera.

Conforme a gerente de convênios de projetos da saúde, Neli Terezinha Amboni de Souza, o projeto arquitetônico para a construção do local já foi enviado ao Governo Estadual, enquanto a equipe da secretaria municipal corre atrás de recursos para móveis e os equipamentos cirúrgicos. “Precisamos de cotações de todos os equipamentos, com descrição minuciosa, para enviar para o governo”, conta. “Acredito que antes do término do primeiro semestre o relatório já tenha sido encaminhado”, declarou.