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Cotidiano

Turistas especiais, tratamento especial

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Com a chegada do inverno, principalmente entre os meses de junho e julho, muitos animais marinhos começam a visitar o litoral Sul de Santa Catarina. São baleias, pinguins e até lobos-marinhos que vêm para região a fim de se reproduzirem, alimentar-se, ou apenas para um descanso. Muitos, porém não sobrevivem, como foi o caso de dois dos três lobos marinhos encontrados esta semana na beira da praia, no Balneário Rincão. Para evitar que esses animais sofram com curiosos que, sem informação, acabam cometendo erros e colocando a vida desses animais em risco, é que profissionais de toda a região realizam monitoramentos e procedimentos afim de protegê-los e garantir que consigam finalizar o seu ciclo.

A equipe do Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaindziski, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), é formada pelos biólogos Rodrigo Ribeiro Freitas e Kelly Cristina Minotto, e atende entre Passo de Torres e Laguna. De acordo Freitas, há três anos a universidade faz um levantamento sobre as visitas destes animais marinhos. "Hoje, os estudos do Museu de Zoologia da Unesc estão concentrados na identificação da espécie destes animais, pois todos migram em todas as temporadas. Agora fomos avisados pelo pessoal da Fundai que tem lobos na orla do balneário. Além destes, foram vistos, mas com menos frequência, focas, elefantes marinho e os leões marinhos”, destaca.

O biólogo também explica que algumas hipóteses podem ser levantadas, como a causa das mortes principalmente dos pinguins. "O pinguim-de-magalhães migra para o litoral Sul atrás de alimentação e depois deve voltar para a sua colônia, onde se reproduz. As redes de pesca podem causar as mortes, claro, mas outros fatores também influenciam, como a poluição causada por esgoto ou óleo, que gruda na pena do pinguim; alguns fungos marinhos ou doenças congênitas, próprias da espécie animal; além do cansaço, pois eles nadam muitos quilômetros para chegar até aqui". Ele acrescenta ainda que este ano foi o recorde de pinguins mortos entre Passo de Torres e a Barra do Camacho.

O fiscal da Fundação Municipal de Meio Ambiente de Içara (Fundai), Múcio Carlos Bratti Junior, revela que a principal função da Fundai é verificar se os animais que passam pelo Balneário Rincão estão feridos ou não. “Apenas isolamos o animal para que as pessoas não se aproximem. Se observamos algum ferimento, ligamos para a Polícia Ambiental, para que sejam transferidos para Florianópolis. Já espalhamos cartazes junto com o pessoal da Unesc informando os cuidados que as pessoas devem ter”, declara.

A Polícia Ambiental alerta que muitas vezes a população distorce a situação e acaba fazendo ligações sem que haja a verdadeira necessidade da presença deles. Só devem ser avisados quando o animal estiver ferido ou sujo de óleo, pois neste momento é que fazem o resgate e levam o bichinho para Florianópolis.

De acordo com a coordenadora da Defesa Civil de Criciúma, Ângela Mello, estes animais migram muito, por isso que eles param nas praias para descansar. “Este é um processo que faz parte da vida dele, mas as pessoas devem tomar consciência de que o animal tem de descansar e ficar quieto, sem muito barulho. Caso turistas e moradores encontrem estes tipos de animais, podem entrar em contato com a Defesa Civil de Criciúma pelo fone 9164-5298”, destaca.

A próxima visita que esta sendo esperada em todo litoral catarinense é a da baleia-franca. Elas medem aproximadamente 17 metros de comprimento e podem pesar mais de 60 toneladas. São vistas entre os meses de julho e novembro no litoral de Santa Catarina. A temporada reprodutiva começou efetivamente há poucos dias, mas cerca de 20 avistagens já foram registradas entre os municípios de Torres (RS) e Garopaba (SC). De acordo com a diretora de pesquisa do Projeto Baleia Franca, Karina Groch, a maior parte dos animais começa a chegar a partir da segunda quinzena de julho, mas é comum vê-los esporadicamente a partir de junho.

“Isso pode ser um sinal de uma temporada com mais indivíduos, porém é necessário aguardarmos a realização no nosso primeiro sobrevoo para termos um indicativo melhor na tendência desta temporada. A partir da próxima semana iniciaremos as atividades em campo, e o primeiro sobrevoo será realizado no final do mês”, relata. As gigantes se encontram numa faixa de 130 quilômetros da costa catarinense, entre as praias de Lagoinha do Leste, na capital, até Balneário Rincão, no sul do estado. A região é a Área de Proteção Ambiental (APA). Na temporada passada, foram avistadas 172 baleias francas em sobrevoo pela APA, e a expectativa é de que este número seja superado este ano.


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