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Cotidiano

Um amor que surgiu na Internet

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“Um presente que Deus me deu”. Essa é a declaração que Rejane Ferreira da Silva faz ao marido Eron da Silva há exatos 13 anos. A história que marca a trajetória de vida do casal é, no mínimo, curiosa. O romance começou via Internet enquanto ambos ainda cursavam faculdade.

Ele é natural de Içara e ela de São Paulo. Em fevereiro de 1999, Rejane buscava auxílio de alguém na Internet para criar um blog em que pudesse divulgar as poesias que escrevia. Foi quando conheceu Eron. Ele ajudou na nova empreitada e meses depois, se tornou parte da família. Fora quatro meses de conversa pelo ICQ, telefone e e-mail, até decidirem se encontrar pessoalmente.

Como haviam se visto apenas por foto, Rejane relembra que ficou um pouco receosa no início. Enquanto pensavam na possibilidade de se encontrarem, ela trabalhou com a mãe a ideia dele se hospedar em sua casa. Na época, elas moravam sozinhas, já que seu único irmão já havia se casado. “Minha mãe ficou surpresa no primeiro instante, mas percebeu que essa era uma vontade de minha e que ele era uma boa pessoa”, conta Rejane.

Eron foi para São Paulo no Feriado de Corpus Christi e ficou quatro dias por lá. Rejane o levou para conhecer os pontos turísticos da cidade e já sabia que era ele quem Deus havia enviado para ser o companheiro de sua vida. No mês seguinte, foi a vez dela visitar Santa Catarina. Ficou uma semana conhecendo a família, os amigos e toda a cidade. Foi em dezembro do mesmo ano que veio a ideia de juntar as “escovas de dentes”.

Eron pediu a mão de Rejane ao irmão e os dois já começaram a se preparar para o casamento que seria realizado no próximo ano. O casamento foi realizado na cidade natal da noiva. A família de Eron, assim como os amigos, foram em peso para São Paulo para acompanhar a união. Nos meses que antecederam a data, o noivo comprou uma casa em Içara e começou a reformá-la para ser o futuro ninho do casal. A decisão de morar na Capital do Mel ocorreu em comum acordo. Mas Rejane confessa que foi uma das decisões mais difíceis de sua vida.

“Eu estava dividida entre a família e o amor da minha vida. Mas como sabia que Deus o havia me enviado, tudo o que estava acontecendo não seria por acaso”. Foi então que ela se mudou para Santa Catarina e percebeu a mudança entre os dois Estados. Ela disse que a maior dificuldade foi se habituar com o frio e garante que, mesmo depois de anos, ainda não se acostumou. A maneira de falar também é uma grande diferença para a paulista assim como a comida e o modo de viver dos içarenses.

“Lá em São Paulo é tudo trancado a sete chaves. Cheio de alarme e com muros altos. Aqui todo mundo deixava a porta aberta”, relembra. Aos poucos, Rejane foi se acostumando com o novo estilo de vida. A vida que escolheu para construir sua família. Depois de sete anos, nasceu o fruto do amor que surgiu em uma sala de bate-papo. “A Érica veio para comprovar o nosso amor. Comprovar que a nossa história não surgiu sem motivo”, pontua Rejane. A herdeira nasceu prematura de seis meses e como na região não havia clínica neonatal, ela decidiu passar os últimos dias de gestação em São Paulo. A pequena nasceu lá, onde ficou três meses internada. Depois, voltaram para Içara e trataram de seguir os planos.

Rejane é formada em Ciência da Computação e trabalhou dando aulas em escolas de Içara e Criciúma. Eron é formado em Eletrônica e trabalha também como professor de universidade. Mas em 2008 eles resolveram montar um negócio paralelo. Foi então que nasceu a Zuppi, uma loja de roupas infantis e linha para gestante. “Tínhamos que ter um negócio nosso e optamos por montar a loja”, ressalta Rejane.

Os vínculos entre Içara e São Paulo continuam forte. A ponte aérea faz parte da rotina do casal. Mas foi em Içara que eles decidiram viver o resto de suas vidas. Rejane conta que quando olha para trás, tem a certeza de que tudo valeu à pena. Cada escolha, cada detalhe, cada saudade, cada passagem comprada. Tudo valeu.

“O Eron caiu do céu para mim, ele foi enviado por Deus. Eu sinto saudade da família, dos amigos, da vida que deixei. Mas toda essa saudade é suprida e se torna completa com a família que eu criei. Nunca penso ‘se não der certo, eu volto para casa’. Tem que dar. A gente se esforça todos os dias para que dê. Claro que temos nossas diferenças, como todo casal normal, mas o amor, com certeza, supera todos os problemas. Nós formamos uma família. Para mim, a família mais linda do mundo”, completa.