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Cotidiano

Um olhar profundo

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No dia a dia muitas são as distrações, atividades e tarefas. Para quem convive com crianças, um dos grandes desafios é conseguir dar atenção de qualidade em meio a estas tantas funções. Na maioria das vezes estamos com pressa, com hora para chegar, com hora para sair, com compromissos a nossa espera.

Nosso tempo é diferente, é exigente. O tempo da criança é folgado, é gostoso, é paciente. Nós é que estamos sempre os apressando, pressionando. E nessa pressa perdemos muito. Eles estão sempre ao nosso redor com aqueles olhinhos ávidos por um tempo de qualidade. E quantas vezes nos culpamos por não poder dar esta justa atenção que eles tanto solicitam e merecem.

É claro que precisamos cumprir nossas obrigações. Precisamos do trabalho, do dinheiro. Eles precisam da escola, da rotina, do ‘não’. Tudo isso é saudável e necessário. Mas, o que gostaria de chamar a atenção, é para a sensibilidade que nos falta em muitos momentos.

Nossos filhos precisam mais da nossa presença, do nosso olhar profundo e verdadeiro. Afinal, quantas vezes os ouvimos, os enxergamos, mas não necessariamente os escutamos e os olhamos de verdade. A sensibilidade de uma criança é tamanha, ao ponto de perceber se de fato o demos esta íntegra atenção. Quantas vezes já ouvi de minha filha: - mãe olha pra mim de verdade! E eu com aquela cara de sem graça, então me virei e pedi desculpas para ela.

Cada vez mais me convenço de que eles aprendem muito mais vendo do que ouvindo. O valor que damos às pequenas coisas é inestimável quando estamos com algum ser infantil a nossa volta. Eles percebem nossas habilidades, eles estão atentos às nossas faltas. Da mesma forma como estamos ligados nos erros e nas faltas que eles cometem. A diferença é que nós somos o adulto esperto que irá corrigi-los, que irá ensiná-los o que é certo e errado. Nós nos sentimos assim. Eles, porém, também tem muito a nos ensinar, principalmente com relação ao tempo. E se nos abrirmos para esta escola, com certeza teremos muito a ganhar.

Nesse dia das Crianças poderíamos fazer um trato conosco e com elas. Quem sabe podemos combinar de olhar um no olho do outro e brincar de olhar profundo. Pode rir, pode ficar sério, pode fazer careta, o que vale mesmo é olhar de verdade. Depois disso, poderíamos rolar no chão da sala, fazer cócegas, abraçar e beijar muito. Quem sabe essa energia boa nos contagia tanto, ao ponto de nos motivar a ir pra rua, andar de mãos dadas, brincar no parquinho, passear numa praça. E pra completar, que tal deitar juntos a noite e ler aquela história tão amada por ele ou ela. Aquela história que talvez já tenhamos lido uma dezena de vezes.

O que importa nesse momento é ler com intensidade, aproveitando a graça de ter em nossos braços uma joia rara, um diamante que em pouco tempo crescerá e deixará de ser criança. Talvez logo nossas crianças não estarão mais a nossa volta querendo nosso olhar e nossa atenção. Afinal, eles irão se tornar adultos e poderão lembrar com ternura destes doces momentos que proporcionamos a eles. Nós ficaremos com a satisfação de que aproveitamos e vivemos ao lado deles, momentos únicos e que nos tornaram mais próximos e mais felizes.